Computadores vão conhecer as pessoas melhor do que qualquer outro ser humano

Indicado ao Oscar, filme "Ela" mostra história de homem que se apaixona por um computador

Tecnologia e Ciência|Do R7

02/03/2014 - 00h10 (Atualizado em 20/04/2024 - 07h48)

A cerimônia do Oscar 2014 acontece neste domingo (02) e um dos indicados à categoria de Melhor Filme, “Ela”, faz com que as pessoas questionem se sua abordagem se trata mais de ficção científica ou realidade. A história fala sobre um homem que se apaixona pelo sistema operacional de um computador inteligente com voz e personalidade femininas. Enquanto isso possa estar distante da nossa realidade, o vice-presidente da Garner, Inc., Jackie Fenn, responde e comenta algumas dúvidas sobre a inteligência artificial e aponta: o dia em que seu computador conhecerá você melhor do que outro ser humano não está tão longe de chegar quanto se pensa

Há alguma possibilidade de existir um sistema operacional de inteligência artificial como o retratado no filme?

— Muitos dos recursos da Samantha, o sistema operacional inteligente do filme, já existem, incluindo reconhecimento de voz, linguagem natural e algumas habilidades de conversação. Grande parte do progresso recente é devido aos avanços de aprendizagem nas máquinas, em que o sistema não tem de ser pré-programado para qualquer eventualidade, mas aprende com a experiência. Quanto mais ele interage com você, mais ele aprende sobre o que lhe agrada. Haverá um momento que ele vai te conhece melhor do que você mesmo se conhece

— Humor e criatividade estão entre as áreas mais desafiadoras para a inteligência artificial, mas os cientistas estão experimentando combinações de algoritmos inteligentes e de aprendizagem profunda. Uma vez que um computador de inteligência artificial alcançar esse tipo de comportamento, a maior dificuldade é a criação de uma consciência própria, com sentimentos, dúvidas e vontades

Enquanto a sociedade lida com o recente debate de vigilância e de roubo de privacidade, outras tecnologias tentam estreitar a relação humano-computador. A inovação seria criar esforços para desenvolver uma interface que reconhecesse as emoções do usuário. Como isso pode funcionar?

—No filme, Samantha entra em contato com Theodore através da voz e do vídeo, que já oferece uma riqueza de informações sobre o estado emocional de uma pessoa que vai além do que outro ser humano pode detectar. Por exemplo, as microexpressões que revelam os verdadeiros sentimentos de uma pessoa duram menos de um quinto de segundo e geralmente não são visíveis por outros, mas um computador que analisa essas características pode facilmente identificá-los

— Os computadores serão capazes de monitorar os sinais vitais de uma pessoa, como frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura e assim por diante, e ver como eles mudam com base nas atividades do indivíduo ou estímulos sensoriais. Coloque isso em conjunto com os avanços das interfaces, e seu sistema operacional será capaz de descobrir suas necessidades. Neste momento, a maior parte do foco está na leitura dos sinais cerebrais

No ado, pensava-se que a tecnologia iria substituir as pessoas. Hoje, as empresas estão mudando a sua perspectiva. O objetivo é melhorar as máquinas para entender as necessidades do indivíduo e agregar conhecimento ao ser humano, trabalhando em conjunto. Como essas tendências estão sendo abordadas?

— A prioridade é reconhecer que a inteligência artificial e as máquinas inteligentes, incluindo robôs, irão desempenhar um papel grande e fundamental na próxima década. Além disso, é importante equilibrar as tarefas entre os seres humanos, softwares e robôs, para se tirar melhor proveito das habilidades de cada um

A cerimônia do Oscar 2014 acontece neste domingo (02) e um dos indicados à categoria de Melhor Filme, “Ela”, faz com que as pessoas questionem se sua abordagem se trata mais de ficção científica ou realidade. A história fala sobre um homem que se apaixona pelo sistema operacional de um computador inteligente com voz e personalidade femininas. Enquanto isso possa estar distante da nossa realidade, o vice-presidente da Garner, Inc., Jackie Fenn, responde e comenta algumas dúvidas sobre a inteligência artificial e aponta: o dia em que seu computador conhecerá você melhor do que outro ser humano não está tão longe de chegar quanto se pensa