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Mosquito antidengue e armadilha de levedo: conheça táticas para combater a doença

Mesmo com ações públicas, colaboração da população é fundamental, evitando água parada e descarte irregular de lixo

Saúde|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Participação da população é essencial no combate da doença Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo

Autoridades de saúde de todo o país reforçaram o combate ao mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue, zika e chikungunya. Nessa luta, a tecnologia e a ciência são grandes aliadas.


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Uma das estratégias é o método Wolbachia, que consiste na infecção de mosquitos com a bactéria Wolbachia, tornando-os incapazes de transmitir essas doenças.

No Distrito Federal, o levedo de cerveja auxilia na fabricação de armadilhas conhecidas como ovitrampas, que simulam criadouros e permitem a coleta de ovos.


Outra frente de combate é a vacinação de adolescentes de 10 a 14 anos com o imunizante contra a dengue Qdenga, disponível gratuitamente. A vacina brasileira Butantan-DV, produzida pelo Instituto Butantan, aguarda a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

No entanto, as autoridades destacam que a colaboração da comunidade é essencial para controlar as infecções, já que a principal forma de combate ao mosquito ainda é a localização e eliminação de focos de água parada, que são locais de reprodução do Aedes aegypti.


Segundo dados do Ministério da Saúde, 75% dos focos estão próximos às nossas casas (veja abaixo mais dicas sobre a prevenção).

Eixos para prevenção

Em coletiva de imprensa para o lançamento do Centro de Operações de Emergência em Saúde, a ministra Nísia Trindade afirmou que os eixos do plano do governo priorizam a prevenção.


“Seguimos a lógica de que ‘prevenir é sempre melhor do que remediar’, o que inclui medidas simples que cada cidadão pode adotar, como dedicar ao menos 10 minutos semanais para eliminar possíveis focos do mosquito em casa e nas proximidades”, disse a ministra.

Até o dia 17 de janeiro, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 57.879 casos prováveis e 5 óbitos por dengue. Outras 69 mortes estão em investigação.

As estratégias contra o Aedes aegypti

Método Wolbachia

O método faz parte das ações do “Eixo 3 - Controle Vetorial” do plano de ação para redução dos impactos das arboviroses. O mosquito infectado com a bactéria Wolbachia, conhecidos como “wolbitos”, se torna incapaz de transmitir dengue, zika e chikungunya.

Meta da Saúde é expandir Wolbachia - mosquito antidengue - para mais 40 cidades em 2025 João Vitor Moura/MS/Arquivo

A bactéria é encontrada em cerca de 60% dos insetos, incluindo alguns tipos de mosquitos, mas não ocorre naturalmente no Aedes aegypti. Quando introduzida nesse mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam, contribuindo para a redução dessas doenças.

O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com Wolbachia, que se reproduzem com os mosquitos locais, formando gradualmente uma nova “população” de mosquitos, todos portadores da bactéria.

Com o tempo, a proporção de mosquitos que contêm Wolbachia aumenta até atingir um nível estável, eliminando a necessidade de novas liberações. Esse efeito torna o método autossustentável e viável a longo prazo.

A Wolbachia não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos João Vitor Moura/MS/Arquivo

A bactéria não pode ser transmitida para humanos ou outros mamíferos.

Cidades

Niterói (RJ) foi a primeira cidade brasileira a ter 100% do território coberto pelo método e vem apresentando redução nos números da doença.

Em 2021, quando a cidade tinha 75% do território coberto, o método indicou uma redução de 69,4% nos casos de dengue, 56,3% nos casos de chikungunya, e 37% nos casos de Zika.

Atualmente, o método está presente em 11 cidades brasileiras:

  • Niterói (RJ)
  • Rio de Janeiro (RJ)
  • Campo Grande (MS)
  • Petrolina (PE)
  • ville (SC)
  • Foz do Iguaçu (PR)
  • Londrina (PR)
  • Uberlândia (MG)
  • Presidente Prudente (SP)
  • Natal (RN)

O plano do Ministério da Saúde é ampliar a presença dos mosquitos para mais 40 municípios até o final do ano.

Ovitrampas

As armadilhas são compostas por um pote preto com água e levedo de cerveja, além de um pequeno pedaço de placa de fibra de madeira (o material das pranchetas). É nessa placa — chamada de paleta — que os mosquitos depositam seus ovos.

Embora as armadilhas pareçam um criadouro de mosquitos, elas são seguras, pois recebem inseticida para impedir o desenvolvimento de larvas.

Estratégia é importante para monitoramento de casos da doença e para evitar a proliferação do Aedes aegypti Ualisson Noronha/Agência Saúde/Arquivo

Segundo o biólogo da Subsecretaria de Vigilância à Saúde do Distrito Federal, Israel Moreira, as estruturas permitem que os agentes detectem baixas infestações nas cidades.

“Esse tipo de armadilha, diferentemente da coleta de larvas do mosquito, é bastante sensível. Ou seja, permite detectar baixas infestações nas cidades. Na estação seca, por exemplo, enquanto o agente de vigilância tem certa dificuldade em encontrar larvas, as armadilhas conseguem apontar a presença de mosquitos adultos”, explica Moreira.

Embora as armadilhas pareçam um criadouro de mosquitos, elas são seguras, pois recebem inseticida para impedir o desenvolvimento de larvas Ualisson Noronha/Agência Saúde/Arquivo

As armadilhas permitem verificar onde há maior presença de mosquitos na cidade. A quantidade de ovos coletados é utilizada para criar mapas que indicam as áreas mais infestadas, onde as ações de prevenção e controle são realizadas com maior prioridade.

Vacinação

A vacina contra a dengue entrou no Calendário Nacional de Vacinação pela primeira vez em fevereiro de 2024. Em virtude da capacidade de produção laboratorial, a primeira campanha de vacinação atendeu 521 municípios, distribuídos em 37 regiões de saúde do país.

O Ministério da Saúde também adquiriu 9,5 milhões de doses da vacina contra a dengue para 2025. Segundo o ministério, as doses ainda não estão disponíveis em larga escala devido à limitação de produção do laboratório fabricante.

Assim, a eliminação dos focos do mosquito continua sendo a principal estratégia.

Em 2024, foram enviadas 6,3 milhões de doses para os estados e o Distrito Federal. Dessas, 3,14 milhões já foram aplicadas.

“Nós já fizemos a compra de todo o estoque da empresa, 9,5 milhões de doses para 2025. Estamos trabalhando com estados e municípios para ampliação, porque temos em torno de três milhões de doses que estão nos estados e municípios e ainda não foram istradas”, afirmou a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, em coletiva de imprensa.

Prevenção em 10 minutos

Ações importantes no dia a dia:

  • Receba bem os agentes de saúde e de endemias: eles são fundamentais no controle do mosquito e na orientação sobre práticas preventivas;
  • Esvazie garrafas PET, potes e vasos: mantenha esses recipientes secos e, se possível, armazene-os de cabeça para baixo para evitar o acúmulo de água;
  • Guarde pneus em locais cobertos ou descarte-os adequadamente: pneus expostos podem acumular água e servir de criadouro para o mosquito;
  • Limpe bem as calhas de casa: folhas e detritos podem obstruir calhas, acumulando água parada;
  • Mantenha caixas d’água, tonéis e outros reservatórios bem fechados e limpos: certifique-se de que estão devidamente tampados para impedir a entrada do mosquito;
  • Coloque areia nos pratos de vasos de planta: a areia absorve a água, evitando que se torne um criadouro;
  • Amarre bem os sacos de lixo: lixos mal fechados podem acumular água e atrair o mosquito; e
  • Não acumule sucata e entulho: materiais descartados podem reter água e servir de foco para o Aedes aegypti.

Medidas adicionais de prevenção:

  • Utilize repelentes e roupas de mangas compridas: especialmente durante o dia, quando o mosquito é mais ativo.
  • Instale telas em janelas e portas: isso impede a entrada de mosquitos nas residências.

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