Tratado da ONU sobre plásticos pode se tornar marco global, como foi o Acordo de Paris; entenda
Especialista Gabriela Otero afirma que, com as negociações previstas para agosto, em Genebra, “o documento pode finalmente ser assinado”
Jornal da Record News|Do R7
A poluição causada por plásticos é um problema antigo, mas ainda distante de uma solução eficaz. É o que afirma a gerente de água, oceano e resíduos do Pacto Global Rede Brasil, iniciativa da ONU (Organização das Nações Unidas) voltada à sustentabilidade corporativa, Gabriela Otero.
Em entrevista ao Jornal da Record News nesta quinta-feira (5), a especialista destacou que, apesar de o plástico ser um material “abundante, versátil e presente em diversos produtos”, o grande vilão é o descarte inadequado, que gera impactos severos ao meio-ambiente.
Gabriela também ressaltou que, embora o tema ainda receba menos atenção do que outros debates ambientais, como o desmatamento e as emissões de CO₂, a pauta da poluição plástica tem ganhado espaço no cenário internacional. Desde 2022, a ONU lidera negociações para a criação de um tratado global inédito de combate à poluição por plásticos.
A proposta envolve especialistas, governos, setor privado e sociedade civil, e já ou por rodadas de negociação em países como Uruguai, França, Quênia, Coreia do Sul e Suíça. “Agora em Genebra, o documento deve ser finalmente aprovado, com metas de redução e banimento do plástico, além de ações para mitigar os impactos do chamado 'plástico legado'”, afirmou a gerente.
O tratado pode representar um marco na governança ambiental global, colocando a crise dos plásticos no mesmo patamar de atenção e compromisso internacional que o Acordo de Paris representa para o clima.
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