:root { --editorial-color: #0E8148; } body { writing-mode: horizontal-tb; font-family: var(--font-family-primary, sans-serif), sans-serif; }
Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Cosme Rímoli - Blogs

‘Vivi como quis! Fui campeão do planeta quatro vezes! O Palmeiras de 96 tinha o potencial do São Paulo bi mundial. Saí por causa do Brunoro!’ Muller

Um dos jogadores mais importantes do futebol brasileiro importante e reveladora entrevista

Cosme Rímoli|Do R7

'O Palmeiras era uma verdadeira Seleção Brasileira. Tinha o mesmo potencial do São Paulo bicampeão do mundo' Palmeiras

O menino Luís Antônio Corrêa da Costa dormiu entre o pai e a mãe, na mesma cama, até os 14 anos.

A família pobre de Campo Grande não tinha espaço para alojar os oito filhos na casa simplória.

Esta sensação psicológica de confiança, aconchego, dormindo com os pais, foi arrancada de uma vez.

Por conta de seu talento fora de série com a bola nos pés.


Era a chance de a família dar uma virada na apertada vida financeira. E lá foi ele, morar na assustadora São Paulo, imensidão de prédios.

Seu ‘lar’?


Um pequeno quarto embaixo das arquibancadas do Morumbi.

“Chorava todos os dias. Mergulhei em uma enorme depressão. Voltei para Campo Grande, mas um diretor do São Paulo foi me buscar.“


Desta vez, Luisinho se transformou de vez em Muller.

Por conta do alemão Gerd Muller, certo? Não.

O apelido de seu irmão era Mulo. Muller foi consequência de quem não entendeu Mulo.

E o atacante germânico estava no auge.

Criou uma fortaleza psicológica para enfrentar a carreira como jogador muito talentoso que foi.

Muller avisou antes da entrevista que queria falar só de futebol. Ele teve uma vida intensa.

Foi campeão mundial com a Seleção Brasileira sub-20, na União Soviética, em 1985. Sucesso no São Paulo veio por conta de Cilinho.

E ele foi a principal peça do time que foi batizado de ‘Menudos do Morumbi’. Equipe empolgante, campeã brasileira de 1986.

Símbolo sexual na época, frequentava as casas noturnas mais badaladas. Com carros caríssimos.

Casou com a ex-chacrete Jussara Mendes, união que chamou a atenção de toda a mídia na época. A relação durou 20 anos. Foi jogar no Torino.

Investiu seu dinheiro no banco do então presidente do clube, que acabou falindo. Voltou para o São Paulo.

E outra vez formou em uma equipe excepcional. Desta vez comandada por Telê Santana. Foi bicampeão mundial, vencendo os favoritos Barcelona e Milan.

“Quando fiz o terceiro gol, o da vitória, virei para o Costacurta e falei todos os palavrões que sabia e não sabia. Aquele título foi sensacional. Nosso time era incrível.“

Muller disputou três Copas do Mundo. A de 1986. A de 1990, quando foi titular, ao lado de Careca.

“Nosso time era muito forte, mas a briga com a CBF (pelo dinheiro do patrocínio da Pepsi) atrapalhou. O Lazaroni é um grande injustiçado. Ele era moderno, mas a imprensa, que não entendeu o seu esquema, o massacrou.”

Em 1994 foi campeão como reserva de Parreira, que considera um técnico fraco.

“Romário e Bebeto estavam no auge. Mas eu também e fui pouco utilizado, poderia ter entrado mais no lugar de um dos dois. Só que Parreira revezava as substituições.”

Mas o time que Muller pôde mostrar todo seu talento foi o Palmeiras de 1996.

“Foi fantástico. Aquele time, comigo, com o Djalminha, um gênio, com o Rivaldo, destruidor de defesas com sua força e técnica, com o Luizão. Nosso ataque marcou 102 gols em 30 jogos do Paulista. Cafu, Júnior... Se ficássemos juntos, ganharíamos tudo por uns dois anos”, aposta.

“Só que o time foi desmanchado. Saí do maravilhoso Palmeiras de 1996 por causa do (José Carlos) Brunoro. Ele era o CEO da Parmalat. Avisei meses antes que precisava renovar meu contrato. Ele não ligou. O fim do meu contrato coincidiu com a decisão da Copa do Brasil. O São Paulo soube que não tinha renovado. E me fez uma proposta muito maior do que eu ganhava. Perguntei para o Brunoro o que ele iria fazer. Ele disse ‘nada’. Fui para o São Paulo.’

A saída de Muller foi um desastre.

O Palmeiras perdeu a Copa do Brasil, em casa, para o Cruzeiro.

O time maravilhoso nunca se recuperou da saída do atacante. E foi desmontado.

Muller ganhou 17 títulos na carreira. Foi milionário. Perdeu grande parte da fortuna. Se recuperou, tem uma vida confortável. Não aparenta os 59 anos. Virou um rígido comentarista de futebol.

Se assume como são-paulino, apesar de ter jogado nos quatro grandes paulistas.

“Eu não tenho nada a reclamar. Vivi como quis. E fui quatro vezes campeão do mundo.

“Acho que acertei nas minhas decisões, não é?”

A entrevista de Muller está no canal do Cosme Rímoli, no YouTube.

É uma parceria com o R7.

A cada semana um personagem diferente do esporte brasileiro.

Já são mais de 11,2 milhões de os...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.