Ucrânia divulga imagens inéditas de ataque com drones que destruiu aviões militares russos
Vídeos mostram trechos de operação ucraniana que danificou um terço dos bombardeiros estratégicos da Rússia
Internacional|Do R7

A Ucrânia divulgou nesta quarta-feira (4) imagens inéditas do ataque do último domingo (1º), um dos mais ousados da guerra, em que destruiu 41 aeronaves militares russas utilizando drones baratos e improvisados.
As imagens, compiladas em um único vídeo de quase cinco minutos, mostram drones ucranianos atingindo motores, antenas, asas e outras partes de diferentes aeronaves de elite, todas estacionadas em bases aéreas da Rússia (assista abaixo).
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O mega-ataque, batizado de operação “Teia de Aranha”, atingiu 34% da frota de bombardeiros estratégicos da Rússia, de acordo com o SBU (Serviço de Segurança da Ucrânia), que assumiu a responsabilidade pela ação poucas horas depois.
Estima-se que a ação tenha causado prejuízos que giram em torno de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 28 bilhões) ao regime de Vladimir Putin.
Frota aérea comprometida
A ação ucraniana teve como alvo principalmente bombardeiros estratégicos russos, como Tu-95s, Tu22M3s, Tu-160s e Beriev A-50, que são aviões de alto valor e tecnologia especializada.
Segundo a agência de notícias Reuters, muitos deles não podem ser substituídos porque deixaram de ser produzidos há mais de 30 anos, depois do colapso da União Soviética, em 1991.
De acordo com a agência, esses bombardeiros fazem parte da tríade nuclear russa, que também inclui mísseis balísticos intercontinentais e submarinos nucleares. Por isso, cada unidade destruída enfraquece a projeção de poder militar do país.

Ataque inédito
Autoridades ucranianas disseram que a operação foi preparada em segredo por 18 meses. Os agentes utilizaram caminhões com contêineres para transportar 117 drones FPV (sigla em inglês para Visão em Primeira Pessoa) para dentro da Rússia em segredo.
Em território russo, os caminhões estacionaram próximos a bases russas. Lá, os contêineres foram abertos remotamente, permitindo a decolagem dos drones, que também foram operados a distância pelos militares ucranianos.
Os drones lançaram ataques em quatro bases aéreas russas: Olenya, em Murmansk; Dyagilevo, em Ryazan; Ivanovo Severny, em Ivanovo; e Belaya, em Irkutsk, localizada a mais de 4.000 km da fronteira com a Ucrânia.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, celebrou o ataque como um “resultado absolutamente brilhante”. Ele revelou que o centro de comando da operação foi montado próximo a um escritório regional do FSB, o principal serviço de inteligência russo.
O Ministério da Defesa da Rússia classificou a ação como um “ataque terrorista”. O órgão confirmou danos em aeródromos, com várias aeronaves incendiadas, mas não quantificou as perdas.

Drones FPV
Os drones FPV, originalmente usados em atividades civis, foram adaptados pela Ucrânia para fins militares devido à simplicidade. Eles são operados remotamente por pilotos que ficam em solo com óculos de transmissão em tempo real.
O baixo custo também é uma vantagem. Segundo a Reuters, cada unidade desse tipo de drone pode custar menos de US$ 500 (cerca de R$ 3 mil), o que permite uma produção em larga escala.
Com alcance de 5 a 20 km, dependendo do modelo, e capacidade para carregar até 15 kg de explosivos, como no caso do drone “Baba Yaga”, equipado com câmeras térmicas, esses equipamentos são ágeis e difíceis de interceptar por sistemas de defesa aérea.
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