Trump suspende tarifas contra o México por um mês após negociar segurança na fronteira
Combate ao tráfico de drogas e de armas esteve na pauta de negociação entre os presidentes dos dois países
Internacional|Do R7

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu por um mês nesta segunda-feira (3) as tarifas de 25% para importações do México. A decisão de postergar a implementação das tarifas ocorreu após negociações entre a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e o republicano na área da segurança na fronteira entre os dois países.
Em publicação no X, Sheinbaum afirmou que, após uma conversa telefônica com o presidente Donald Trump, foi decidido adiar as tarifas por 30 dias. “Tivemos uma boa conversa com o presidente Trump com grande respeito pelo nosso relacionamento e soberania”, escreveu Sheinbaum.
Sostuvimos una buena conversación con el presidente Trump con mucho respeto a nuestra relación y la soberanía; llegamos a una serie de acuerdos:
— Claudia Sheinbaum Pardo (@Claudiashein) February 3, 2025
1.México reforzará la frontera norte con 10 mil elementos de la Guardia Nacional de forma inmediata, para evitar el tráfico de drogas…
Frente às ameaças tarifárias, Sheinbaum indicou que o México se comprometeu a reforçar a fronteira com 10 mil integrantes da Guarda Nacional para evitar o tráfico de drogas para os EUA, especialmente de fentanil.
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Como parte do acordo, Donald Trump também se comprometeu a trabalhar para evitar o tráfico de armas pesadas para o México, que fortalecem os cartéis do narcotráfico.
Os pontos centrais do acordo foram tratados pelo Secretário de Estado, Marco Rubio, pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, e pelo Secretário de Comércio, Howard Lutnick, além de representantes do governo mexicano.
As negociações entre Sheinbaum e Trump ocorrem após o republicano anunciar no sábado (1) tarifas generalizadas de 25% sobre as importações mexicanas e canadenses. Além disso, foi acordado um imposto de 10% sobre as importações chinesas.
Canadá
Donald Trump também publicou nas redes sociais que conversou nesta segunda com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e que falaria com ele novamente ainda hoje.
Na publicação, Trump reiterou as reclamações de que o Canadá não coopera e enfraquece a economia norte-americana. “O Canadá nem permite que bancos dos EUA abram ou façam negócios lá”, postou Trump. “Do que se trata? Muitas coisas assim, mas também é uma GUERRA ÀS DROGAS, e centenas de milhares de pessoas morreram nos EUA por causa das drogas que am pelas fronteiras do México e do Canadá.”
Além da imposição tarifária de 25%, Trump também aumentou os impostos referentes à produtos petrolíferos e energéticos provenientes do Canadá, com uma taxa de 10%.
O Canadá é o maior fornecedor de petróleo dos Estados Unidos, respondendo por cerca de 60% das importações americanas de petróleo bruto.
Em resposta às taxas de Trump, Justin Trudeau anunciou no sábado a imposição de tarifas de 25% sobre produtos dos EUA.
Trudeau mencionou ainda que as tarifas de 25% afetariam uma variedade de produtos, incluindo cerveja, vinho, frutas, além de roupas, equipamentos esportivos e eletrodomésticos. Trudeau afirmou também que o Canadá estuda medidas não tarifárias, incluindo restrições ligadas a minerais críticos, aquisição de energia e outras parcerias.
China
As importações com origem na China também enfrentarão uma tarifa de 10%, além das taxas já impostas pelos EUA.
Como forma de retaliação, o Ministério do Comércio da China prometeu apresentar uma “denúncia” contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC), condenando a tarifa geral como uma “violação grave” das regras internacionais de comércio.
Pequim disse ainda que “tomará medidas de contração correspondentes para defender firmemente seus próprios direitos e interesses”, sem entrar em detalhes.
Na medida tarifária do governo dos EUA, existe uma cláusula antirretaliação, de modo que, se algum país decidir revidar, medidas adicionais serão implementadas, provavelmente aumentando ainda mais as tarifas.
Para a implementação das taxas, Trump utilizou a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, uma norma executiva que permite ao presidente dos EUA responder a emergências por meio de medidas econômicas. Com isso, o republicano pode aplicar as tarifas sem precisar da aprovação do Congresso.