Quem estava na mesa de negociação entre EUA e Rússia na Arábia Saudita?
A última vez em que os chefes das diplomacias americana e russa estiveram no mesmo ambiente foi em dezembro
Internacional|Do R7

Após três anos de distanciamento diplomático entre EUA e Rússia, autoridades dos dois países se reuniram por mais de quatro horas nesta terça-feira (18) na Arábia Saudita para discutir os rumos do conflito na Ucrânia.
Na mesa de negociação, os EUA foram representados pelo Secretário de Estado, Marco Rubio, pelo Conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e por Steve Witkoff, aliado de Donald Trump e enviado especial ao Oriente Médio.
Pelo lado russo, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, reiterou a versão oficial do Kremlin sobre a guerra na Ucrânia, enquanto Yuri Ushakov, ex-embaixador em Washington e conselheiro de Vladimir Putin, sinalizou a disposição de Moscou para o diálogo, especialmente diante da perspectiva de um novo governo Trump.
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Embora não estivesse presente na sala, Kirill Dmitriev, chefe do Fundo de Investimento Direto da Rússia e figura próxima à família de Putin, teve um papel estratégico ao destacar a importância de futuras parcerias econômicas entre os dois países.
A Arábia Saudita, anfitriã do encontro, teve um papel breve. O Ministro das Relações Exteriores, Príncipe Faisal bin Farhan, e o Conselheiro de Segurança Nacional, Musaed al-Aiban, abriram a reunião, mas não permaneceram para as discussões.
Apesar da reaproximação diplomática, os desafios permanecem. Enquanto os EUA buscam garantias estratégicas e vantagens econômicas, a Rússia tenta aliviar sanções e consolidar sua influência global.
Resultados da reunião
Em comunicado, o Departamento de Estado americano afirmou que Washington e Moscou vão nomear equipes de negociação para acabar com a guerra da Ucrânia, mas o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que os dois países não vão “pré-negociar” as bases para a paz sem incluir outros atores.
O aceno foi dado em meio a fortes críticas dos aliados europeus dos EUA, incluindo a Ucrânia, pelo fato de a reunião em Riad não ter incluído integrantes dos países do continente.
Segundo Rubio, o encontro desta terça permitiu o estabelecimento de uma linha de comunicação inicial, em que os dois lados concordaram em explorar “as incríveis oportunidades que existem de parceria com os russos”, tanto geopolítica quanto economicamente, além do trabalho conjunto para um acordo para a Ucrânia.