Quem está no ‘corredor da morte’ do asteroide que pode atingir a Terra
Trajetória da rocha espacial inclui sete das 100 cidades mais populosas do mundo
Internacional|Do R7

As chances de colisão do asteroide 2024 YR4 com a Terra em 2032 aumentaram. E são mais de 110 milhões de pessoas que estão no seu caminho ao atingir o planeta.
Os cientistas calcularam que o impacto da rocha espacial se estende por um “corredor da morte” que vai do Oceano Pacífico, a pela Ásia, Oriente Médio e África, atravessa o Oceano Atlântico e chega na América do Sul, ao norte do Brasil.
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Essa trajetória inclui sete das 100 cidades mais populosas do mundo: Bogotá (Colômbia), Abidjã (Costa do Marfim), Lagos (Nigéria), Cartum (Sudão), Mumbai (Índia), Kolkata (Índia) e Daca (Bangladesh).
Combinadas, apenas as áreas urbanas destas cidades contam com uma população superior a 110 milhões.
Novos cálculos refinam previsões
Desde a detecção do asteroide 2024 YR4, em dezembro de 2024, cientistas vêm acompanhando sua trajetória de perto. Na primeira previsão, as chances de colisão eram de 1 em 83 (1,2%), mas os novos dados permitiram cálculos mais precisos, revelando um risco maior.
Segundo o Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra, da Nasa, o risco de impacto subiu para 2,6%, o que equivale a 1 chance em 38.
Essa variação não indica erro, mas sim um refinamento das previsões conforme mais observações são feitas.
O asteroide 2024 YR4 tem um diâmetro estimado entre 40 e 90 metros. Caso atinja a Terra, poderá liberar uma energia equivalente a 7,7 megatoneladas de TNT, potência suficiente para devastar uma cidade inteira.
Lua no caminho?
Além da Terra, astrônomos também analisam a possibilidade de o asteroide colidir com a Lua. Observações do telescópio James Webb devem fornecer mais detalhes sobre sua composição e tamanho.
O pesquisador Hugh Lewis, da Universidade de Southampton, explica a importância dessas análises. “Se for um asteroide rochoso, seu comportamento será muito diferente de um com alta proporção de metal. Isso influenciará as estratégias de mitigação”, afirmou o especialista à revista New Scientist.