Ex-professora de latim, de família tradicional: quem é Brigitte Macron, primeira-dama que deu ‘tapa’ no presidente francês

Brigitte Macron, primeira-dama da França, voltou ao centro das atenções após um vídeo viral mostrar um “tapa” no rosto do presidente Emmanuel Macron durante chegada oficial ao Vietnã. O episódio, que gerou ampla especulação nas redes sociais, foi minimizado por Macron, que afirmou tratar-se de uma brincadeira entre o casal.

Nascida Brigitte Marie-Claude Trogneux em Amiens, em 1953, ela pertence a uma tradicional família sa proprietária da Chocolaterie Trogneux. Antes de ganhar projeção pública, teve uma respeitada carreira como professora de francês e latim em escolas prestigiadas, como o Lycée Saint-Louis de Gonzague, em Paris.

Foi durante seu trabalho como docente no Lycée La Providence, em Amiens, que conheceu Emmanuel Macron, então com apenas 15 anos. O relacionamento entre eles começou ainda durante a adolescência dele e causou escândalo na época, principalmente devido à diferença de 24 anos de idade entre os dois.

Após o divórcio de seu primeiro marido, o banqueiro André-Louis Auzière, Brigitte casou-se com Macron em 2007. Ela tem três filhos do casamento anterior e atualmente é avó. A relação, considerada por muitos fora dos padrões, sempre esteve sob escrutínio da imprensa e de opositores políticos.

Apesar da forte exposição, Brigitte manteve uma atuação constante ao lado do marido na vida pública. Abandonou o magistério em 2015, quando Macron assumiu o Ministério da Economia, tornando-se uma das principais conselheiras políticas dele nos bastidores e presença ativa durante a campanha presidencial de 2017.

Como primeira-dama, não ocupa cargo oficial, mas pratica ações nas áreas de inclusão, proteção à infância e combate ao bullying. Em 2019, assumiu a presidência da Fundação Hospitais de Paris-Hospitais da França.

Brigitte também ou a ser alvo de ataques virtuais. Uma das teorias conspiratórias mais absurdas, surgida em 2021, a acusava falsamente de ter nascido homem, sob o nome “Jean-Michel Trogneux”. Ela acionou judicialmente os responsáveis pela difamação, enquanto a história foi amplamente desmentida por checadores de fatos.

Sua imagem na mídia é constantemente associada à moda e sofisticação. Fiel a grifes como Louis Vuitton, Brigitte é elogiada por seu estilo, embora algumas críticas apontem um distanciamento da realidade popular sa. Ainda assim, segue como uma das figuras públicas mais influentes e observadas do país.

Mesmo em meio a tensões, como o recente episódio do Vietnã, Brigitte continua sendo vista por Macron como peça central em sua vida pessoal e carreira política. Em entrevistas, o presidente costuma se referir a ela como seu “alicerce emocional” e alguém que lhe oferece a verdade fora do ambiente institucional.

A relação do casal já foi alvo de chacotas e provocações, mas resistiu a anos de pressão. Brigitte, por sua vez, mantém o discurso de normalidade: “Concordamos, discordamos, discutimos e paramos de discutir. É tudo muito fluido”, disse certa vez.