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Potencial para criar 9 bombas: como são instalações nucleares do Irã, alvos de ataques de Israel

Bombardeios israelenses atingiram ponto-chave do programa nuclear iraniano em meio a tensões crescentes

Internacional|Do R7

Imagem de satélite mostra Natanz, principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã Reprodução/X/@SierraSec_NG

Israel lançou ataques aéreos contra instalações nucleares e militares e residências de altos comandantes do Irã na madrugada desta sexta-feira (13). O bombardeio atingiu a capital Teerã e as cidades de Natanz e Tabriz, segundo a mídia iraniana.

Líderes israelenses disseram que a ofensiva é uma medida preventiva às intenções do Irã de desenvolver armas nucleares. Teerã, por sua vez, nega a alegação há anos, afirmando que o programa nuclear possui somente fins pacíficos.

O ataque matou Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã e principal líder militar do país. Hossein Salami, comandante-chefe do IRGC (Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica), também foi morto.

Em maio deste ano, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) disse que o estoque iraniano de ucrânio enriquecido atingiu 9.247,6 kg, 45 vezes acima do limite permitido pelo JOA (Plano de Ação Integral Conjunto), plano internacional que limita a o programa nuclear do Irã.


Desse total, 408,6 kg são de urânio enriquecido a 60%, nível próximo dos 90% necessários para uma arma nuclear. Esse montante é suficiente para produzir quase nove bombas, segundo a AIEA. Até dezembro de 2024, o país tinha capacidade para fabricar quatro.

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Na quinta-feira (12), um dia antes do bombardeio israelense, a AIEA censurar o Irã, pela primeira vez em 20 anos, por falta de cooperação com inspetores da agência. Em resposta, Teerã anunciou a criação de uma terceira unidade de enriquecimento de urânio e a substituição de centrífugas por modelos mais avançados.


Abaixo, o R7 detalha algumas das principais infraestruturas do programa nuclear ireaniano, com base em informações das agências de notícias Associated Press (AP) e -Presse (AFP).

Natanz: o coração do enriquecimento de urânio

Localizada a 220 km a sudeste de Teerã, Natanz é a principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã. Parte do complexo é subterrâneo, projetado para resistir a ataques aéreos. A usina opera cerca de 70 cascatas de centrífugas, que enriquecem urânio em alta velocidade.


Natanz já foi alvo de sabotagens atribuídas a Israel, incluindo o vírus Stuxnet, desenvolvido com os Estados Unidos, e um ataque em abril de 2021.

A AIEA disse que autoridades iranianas confirmaram que a unidade foi atingida pelo bombardeio, mas ponderaram que “não há níveis elevados de radiação” no local.

“Instalações nucleares jamais devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, pois isso pode prejudicar tanto as pessoas quanto o meio ambiente”, disse em comunicado Rafael Mariano Grossi, diretor geral da agência.

Fordö: fortaleza subterrânea

A cerca de 100 km a sudoeste de Teerã, Fordö é uma instalação menor, mas altamente fortificada, construída sob uma montanha e protegida por baterias antiaéreas. Sua existência foi revelada pelo Irã à AIEA em 2009, após ser descoberta por agências ocidentais.

Fordö abriga cerca de 3.000 centrífugas e foi onde, em 2023, partículas de urânio enriquecido a 83,7% foram detectadas, nível que o Irã atribuiu a “flutuações não intencionais”. A unidade não foi atingida pelo ataque desta sexta, segundo a AIEA.

Bushehr: usina nuclear comercial

Situada no Golfo Pérsico, a 750 km de Teerã, Bushehr é a única usina nuclear comercial do Irã. Iniciada na década de 1970, foi concluída pela Rússia após interrupções causadas pela Revolução Islâmica de 1979 e pela Guerra Irã-Iraque (1980-1988).

Operando desde 2011, a usina usa urânio russo e é monitorada pela AIEA. Dois novos reatores estão em construção no local, também com assistência russa. Não há relatos de que a unidade foi atingida no ataque israelense.

Arak: reator de água pesada

A 250 km de Teerã, o reator de água pesada de Arak, agora chamado Khondab, produz plutônio como subproduto, que pode ser usado em armas nucleares. No acordo de 2015, o Irã redesenhou a instalação para reduzir riscos de proliferação.

Segundo a AFP, o reator foi desativado, com o núcleo preenchido por concreto, mas está previsto para retomar operações em 2026.

Isfahan: centro de pesquisa e conversão

Localizado a 350 km de Teerã, o centro de Isfahan converte minério de urânio em gases usados no enriquecimento. A instalação também abriga reatores de pesquisa e laboratórios chineses. Em 2024, o Irã anunciou a construção de um novo reator de pesquisa no local.

Teerã: reator de pesquisa histórico

Na capital iraniana, o Reator de Pesquisa de Teerã, fornecido pelos EUA em 1967, é usado para produzir isótopos médicos, formas radioativas de elementos químicos usadas na medicina para diagnóstico e tratamento de doenças

Originalmente, o reator foi operado com urânio altamente enriquecido. Mais tarde, no entanto, ele foi adaptado para operar com urânio de baixo enriquecimento devido a preocupações com proliferação nuclear.

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