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Por que os Países Bálticos romperam com a rede elétrica da Rússia?

Desconexão ocorre 10 meses antes do previsto e simboliza o fim dos últimos vínculos energéticos com Moscou

Internacional|Do R7

As conexões entre os países bálticos da Estônia, Letônia e Lituânia e a rede elétrica da Rússia foram oficialmente rompidas na manhã deste sábado (8) Divulgação/Ministério da Energia da República da Lituânia

Os países bálticos Estônia, Letônia e Lituânia oficializaram no sábado (8) sua desconexão da rede elétrica da era soviética, encerrando os laços energéticos remanescentes com a Rússia e Belarus. A medida, realizada 10 meses antes do previsto, marca um o estratégico na busca pela independência energética e maior integração à UE (União Europeia).

A transição foi simbólica, já que, desde maio de 2022, os três países não compram eletricidade russa ou bielorrussa.

O sistema elétrico báltico ou a operar independentemente por 24 horas antes de se conectar oficialmente à Rede Síncrona da Europa Continental, a segunda maior do mundo, por meio de ligações com as vizinhas Polônia, Finlândia e Suécia.

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Fim de uma herança soviética

Durante mais de cinco décadas, Estônia, Letônia e Lituânia fizeram parte da União Soviética e estavam integrados ao sistema elétrico Brell, que conectava também a Rússia e Belarus.


A desativação das últimas linhas de transmissão, neste sábado, ocorreu de maneira escalonada, com a Lituânia iniciando o processo, seguida pela Letônia e Estônia.

Para os líderes bálticos, essa mudança é muito mais do que uma questão técnica. “O sistema energético do Báltico está finalmente em nossas mãos, estamos no controle total”, disse o ministro da Energia da Lituânia, Žygimantas Vaičiūna, à agência de notícias AP.


A decisão ganhou ainda mais relevância após a invasão russa à Ucrânia em 2022. Com a Rússia atacando infraestrutura energética e restringindo o fornecimento de gás natural, os países bálticos aceleraram os investimentos em alternativas de energia renovável e interligações com a Europa.

Segurança energética e independência

A Comissão Europeia destinou 1,23 bilhão de euros (cerca de R$ 7,3 bilhões) para fortalecer a infraestrutura elétrica dos países bálticos.


A principal conexão com a rede europeia se dá pela linha de transmissão LitPol Link, entre Polônia e Lituânia. Além disso, a Lituânia possui a ligação submarina NordBalt com a Suécia, e a Estônia possui conexões Estlink 1 e Estlink 2 com a Finlândia.

A desconexão também significa uma aposta na diversificação da matriz energética e no fortalecimento das energias renováveis. “A decisão de desligar foi a correta”, segundo Kaspars Melnis, ministro do Clima e Energia da Letônia, principalmente por “questões de defesa, segurança e independência”.

Impacto geopolítico e tensão com Moscou

Os três países, que integram a Otan, notificaram Moscou e Minsk sobre a desconexão em 2024, para evitar reações hostis. A região de Kaliningrado, enclave russo entre Lituânia e Polônia, já possuía geração própria de eletricidade e não foi afetada pela mudança.

Apesar do temor de retaliações, a transição ocorreu sem incidentes. Para evitar possíveis provocações, as Forças Armadas da Letônia operaram em modo reforçado neste final de semana.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e os presidentes dos países bálticos e da Polônia participaram de uma cerimônia em Vilnius no domingo (9) para celebrar o feito histórico.

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