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Gripe aviária preocupa cientistas; saiba por que a doença pode virar a próxima pandemia

Doenças cruzando espécies, falhas de vigilância e alta letalidade entre mamíferos acendem alerta internacional

Internacional|Do R7

No Brasil, o primeiro caso da doença em aves comerciais foi registrado neste mês Xuân Tuấn Anh Đặng/Pixabay

A comunidade científica internacional está em estado de alerta diante da expansão da gripe aviária H5N1, que já atingiu todos os continentes, com exceção da Oceania, e tem demonstrado capacidade inédita de infectar mamíferos, incluindo gatos, vacas e até seres humanos. Nos Estados Unidos, o vírus já foi identificado em todos os estados e em mais de mil rebanhos leiteiros, o que preocupa especialistas quanto ao potencial de virar uma nova pandemia.

Embora ainda não haja transmissão sustentada de humano para humano, especialistas alertam para o risco de uma “mudança súbita” no comportamento do vírus. As mutações podem facilitar sua propagação aérea, como já ocorre com outras gripes, tornando-o um agente pandêmico.

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Neste ano, 70 infecções foram confirmadas em humanos. Alguns casos foram graves, como o de uma adolescente no Canadá, que desenvolveu falência múltipla de órgãos, e de um idoso nos EUA, que morreu após contato com aves de quintal.


No entanto, os cientistas alertam que a vigilância tem sido falha. No Brasil, o primeiro caso em aves comerciais foi registrado neste mês no Rio Grande do Sul, afetando as exportações do setor avícola, que sofreram restrições por parte de países como China, Argentina e membros da União Europeia.


Uma das principais preocupações é a multiplicação das rotas de transmissão entre espécies. Gatos, por exemplo, estão morrendo com uma taxa de letalidade de 90% após serem infectados por meio de carne crua, leite contaminado ou contato com outros animais doentes. Uma revisão global apontou 607 casos de infecção felina entre 2004 e 2024, com 302 mortes.


Desde 2003, mais de 700 infecções humanas do H5N1 foram reportadas à OMS, com alta taxa de mortalidade. O risco de o vírus sofrer mutações que favoreçam a transmissão entre humanos está aumentando, especialmente em contextos de contato frequente com animais, como fazendas e abatedouros. A instabilidade nos sistemas de saúde, agravada por decisões políticas como cortes em programas de testagem, também compromete a resposta global.

Vacinar aves é uma das estratégias debatidas, mas envolve desafios logísticos e preocupações comerciais. Países como França, China, México e Índia já aplicam vacinas, com resultados positivos em certas regiões. A União Europeia discute diretrizes comuns para vacinação, enquanto os EUA aprovaram recentemente uma nova vacina para aves, após resistirem por anos à medida.

No caso de humanos, governos estão estocando vacinas para cenários de emergência, especialmente para trabalhadores em contato direto com animais. Kamran Khan, médico da Universidade de Toronto, explica que essas vacinas poderiam ser usadas como resposta rápida caso o vírus se torne pandêmico, enquanto uma versão adaptada seria desenvolvida em larga escala posteriormente.

No Brasil, o Ministério da Agricultura confirmou que o vírus chegou à cadeia produtiva comercial, o que exige ações coordenadas de vigilância e contenção. Segundo especialistas, aves migratórias podem acelerar ainda mais o avanço do vírus pelo território nacional e entre fronteiras internacionais.

Autoridades recomendam que pessoas em contato com aves ou leite cru fiquem atentas a sintomas como conjuntivite, febre e problemas respiratórios. Casos suspeitos devem ser testados rapidamente. Enquanto isso, cientistas reforçam a necessidade urgente de ampliar a vigilância global, monitorar animais domésticos e de criação e preparar a população para uma possível nova emergência sanitária.

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