Entenda movimento da Otan que pode levar à guerra nuclear e ‘fim do mundo’, segundo a Rússia
Assessor de Putin alerta para risco de conflito nuclear caso aliança ocidental e Kiev tentem retomar territórios ocupados pelos russos
Internacional|Do R7
Um assessor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou para a possibilidade de uma guerra nuclear caso a Ucrânia, apoiada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), tente recuperar os territórios ucranianos atualmente ocupados pelas forças russas, segundo a agência estatal TASS.
Vladimir Medinski, que também lidera a delegação russa nas negociações com a Ucrânia para o fim do conflito, afirmou que a ausência de uma “paz verdadeira” pode levar ao “fim do planeta”.
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Segundo ele, um simples cessar-fogo, sem um acordo definitivo, transformaria a região em um ponto de tensão semelhante ao disputado território de Nagorno-Karabakh, entre a Armênia e o Azerbaijão.
“Se o conflito for interrompido na linha de frente e não houver um acordo de paz real — apenas um cessar-fogo —, então isso vai se transformar, sabe, como aquela região disputada entre Armênia e Azerbaijão, o Nagorno-Karabakh”, disse Medinski, em entrevista à RT, segundo a TASS.
“Depois de algum tempo, a Ucrânia, junto com a Otan e seus aliados, entrará na aliança, tentará retomar o território, e isso será o fim do planeta — será uma guerra nuclear”, acrescentou.
Medinski não especificou o que considera uma “paz verdadeira”. No entanto, a Rússia mantém condições rígidas para o fim do conflito, incluindo a anexação de cerca de 20% do território ucraniano atualmente sob seu controle e a garantia de que a Ucrânia não ingressará na Otan.
Segundo o assessor, Moscou busca evitar a criação de um “Karabakh gigantesco, não reconhecido por ninguém”, que poderia servir como pretexto para um conflito nuclear. “É por isso que queremos parar, fazer uma paz completa e reconhecer os novos territórios”, disse.
Rússia desafia Otan
A Rússia está convencida a testar a determinação da Otan, inclusive expandindo o confronto com o Ocidente para além das fronteiras da Ucrânia, disse o chefe do Serviço Federal de Inteligência da Alemanha, Bruno Kahl.
A declaração foi dada em uma entrevista de Kahl ao site de notícias Table Media, segundo a agência Reuters. Durante a conversa, ele disse que a Ucrânia é apenas um “trampolim” na estratégia russa de desafiar a aliança transatlântica.
“Temos certeza, com base em informações de inteligência, de que a Ucrânia é apenas um o na jornada para o oeste”, disse Kahl.
Ele afirmou que Moscou não planeja deslocar exércitos de tanques para o Ocidente, mas pode recorrer a táticas de guerra híbrida, como o envio de “homenzinhos verdes” — referência aos soldados russos sem identificação usados na anexação da Crimeia, em 2014 — para proteger minorias russas supostamente oprimidas em países como a Estônia.
O alerta de Kahl vem na esteira de declarações do secretário-geral da Otan, Mark Rutte, que, em evento no think tank Chatham House, em Londres, afirmou que o complexo militar-industrial russo produz armamentos em ritmo acelerado.
Segundo Rutte, a Rússia fabrica em três meses o equivalente ao que toda a Otan produz em um ano, incluindo 1.500 tanques, 3.000 veículos blindados e 200 mísseis Iskander apenas em 2025. Ele disse que Moscou pode estar pronta para usar força militar contra a Otan em cinco anos.
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