Defender Israel é um compromisso com os valores que sustentam o mundo livre
Fluxos de informação e desinformação ignoram o papel fundamental que o país exerce como parceiro da democracia, ciência e pluralismo
Internacional|Cláudio Luiz Lottenberg*, especial para o R7

Num mundo marcado por fluxos constantes de informação e desinformação, poucos temas têm sido tão mal compreendidos quanto o que ocorre hoje no Oriente Médio. Muitas vezes, a complexidade da região é reduzida a slogans ideológicos e análises superficiais que ignoram as raízes históricas, os desafios geopolíticos e, sobretudo, o papel fundamental que Israel exerce como parceiro do mundo livre, da democracia, da ciência, do pluralismo e do respeito à diversidade.
Um dos os mais concretos em direção à estabilidade regional foi dado com os Acordos de Abraão, firmados em 2020, que estabeleceram relações diplomáticas entre Israel e diversos países árabes — como Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão. Vale lembrar que o Egito mantém relações diplomáticas com Israel desde 1979, sendo pioneiro entre os países árabes nesse movimento de paz. A Arábia Saudita, por sua vez, estava prestes a se aproximar de um entendimento histórico com Israel, movimento que representaria uma transformação profunda no equilíbrio regional.
Foi justamente nesse contexto de aproximação entre judeus e árabes, de diálogo entre ex-adversários, que ocorreu o brutal ataque de 7 de outubro de 2023. A ação terrorista do Hamas não pode ser vista como um ato isolado de violência, mas sim como uma resposta calculada para sabotar os avanços diplomáticos e manter a região presa ao ciclo da guerra. Esse ataque, além de ass civis e sequestrar centenas de inocentes, foi um recado direto contra qualquer possibilidade de convivência pacífica entre os povos.
O movimento jihadista — que se alinha com regimes teocráticos como o do Irã — não promove a solução de dois estados, tampouco demonstra qualquer empatia real com o sofrimento do povo palestino. Seu objetivo declarado é a destruição completa de Israel. Mais grave ainda: esses grupos atuam como braços armados do terror global, desestabilizando a região e transformando a causa palestina em instrumento ideológico de dominação e medo. Para eles, a paz não é um horizonte possível — é uma ameaça à sua própria existência.
O extremismo jihadista impõe uma lógica de morte como forma de glorificação. Alegam agir em nome de Alá, mas não conheço religião — monoteísta ou não — que consagre o assassinato como via legítima de reconhecimento do divino. A vida, não a morte, deveria ser o valor central de qualquer fé ou de qualquer sociedade civilizada. Sacrificar-se para matar não é martírio: é o esvaziamento absoluto do valor humano, da liberdade e da dignidade.
É hora de a sociedade contemporânea se libertar das leituras simplistas e começar a compreender com profundidade o que realmente está em jogo no Oriente Médio. Israel não é o obstáculo à paz: é um bastião de democracia que precisa ser fortalecido. Defender Israel não é apenas um ato de solidariedade histórica — é, acima de tudo, um compromisso com os valores que sustentam o mundo livre. E é nesse compromisso que repousa a esperança de um futuro menos violento e mais justo para todos os povos da região.
*Cláudio Luiz Lottenberg é médico oftalmologista e presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib)
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