Coreia do Sul coloca quarto satélite espião militar em órbita para monitorar a Coreia do Norte
Programa espacial sul-coreano responde à ameaça representada pelo avanço militar da ditadura de Kim Jong-un
Internacional|Do R7

A Coreia do Sul lançou com sucesso seu quarto satélite de reconhecimento nesta terça-feira (22), como parte de um esforço contínuo para fortalecer sua capacidade de monitoramento independente da Coreia do Norte. O equipamento foi colocado em órbita às 9h48 (horário local) a partir da base da Força Espacial dos EUA em Cabo Canaveral, na Flórida, utilizando um foguete Falcon 9 da empresa americana SpaceX.
O lançamento representa mais um o do plano sul-coreano de colocar em órbita cinco satélites espiões até o fim de 2025. A expectativa é que, quando todas as unidades estiverem operacionais, Seul consiga realizar vigilância contínua sobre o território norte-coreano com intervalos de apenas duas horas. O primeiro satélite da série foi lançado em dezembro de 2023, marcando um avanço significativo na autonomia do país na coleta de informações estratégicas.
The Ministry of National Defense and the Defense Acquisition Program istration announced the successful launch of South Korea's fourth reconnaissance satellite. The satellite is considered successfully launched once it completes separation from the launch vehicle, enters… pic.twitter.com/1NN7H5bCxP
— kf21_military (@fa50_defense) April 22, 2025
Leia mais:
Até agora, a Coreia do Sul colocou em órbita satélites com sensores eletro-ópticos, infravermelhos e radares SAR, capazes de captar imagens detalhadas em diversas condições climáticas. O quinto satélite da série, também equipado com sensores SAR, deve ser lançado ainda este ano.
O programa espacial sul-coreano responde diretamente à crescente ameaça representada pelo avanço militar do regime de Kim Jong-un. Em novembro de 2023, a Coreia do Norte lançou seu próprio satélite de reconhecimento, o Malligyong-1, após duas tentativas fracassadas, elevando o nível de preocupação com a segurança regional.
Apesar do foco militar do programa, Seul também vê no investimento espacial uma plataforma para impulsionar o desenvolvimento tecnológico do país em áreas como comunicações, observação da Terra e ciência espacial.
Relação com os EUA
A iniciativa sul-coreana conta com forte apoio logístico e tecnológico dos Estados Unidos — e esse laço vai além da cooperação espacial. Em entrevista recente ao Financial Times, o presidente em exercício da Coreia do Sul, Han Duck-soo, afirmou que o país não pretende retaliar as tarifas comerciais impostas por Donald Trump, que estabeleceu uma sobretaxa de 25% a produtos sul-coreanos.
Segundo Han, a postura conciliatória é justificada por um “senso histórico de dever” com os EUA, que ajudaram significativamente na reconstrução do país após a Guerra da Coreia. “Nosso desenvolvimento econômico, nossa cultura e nossa riqueza devem muito à ajuda americana”, declarou.
O governo sul-coreano pretende negociar com Washington alternativas mutuamente vantajosas, sem recorrer a medidas protecionistas. Seul estaria disposto a flexibilizar regras sobre medicamentos e automóveis importados, na tentativa de preservar a parceria estratégica com os EUA.
Trump, por sua vez, sugeriu que as negociações comerciais também envolvam a questão da segurança regional. Os EUA mantêm mais de 28 mil soldados na Coreia do Sul, o que, segundo o republicano, justifica a cobrança por “proteção militar”.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp