Coreia do Norte está expandindo arsenal nuclear, diz Congresso dos EUA
Relatório aponta que país pode ter até 90 ogivas nucleares e avança em mísseis balísticos, desafiando sanções da ONU
Internacional|Do R7

A Coreia do Norte continua expandindo seus programas de armas nucleares e mísseis balísticos, aponta um relatório divulgado na última sexta-feira (23) pelo Serviço de Pesquisa do Congresso dos Estados Unidos.
A estimativa atual sugere que os norte-coreanos podem ter material físsil suficiente para até 90 ogivas nucleares, apesar das sanções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e esforços diplomáticos de alto nível para conter esse avanço.
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Em maio deste ano, o Relatório de Avaliação de Ameaças Mundiais, divulgado pela Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, já havia dito que o regime de Kim Jong-un estava conduzindo produções em massa de plutônio e urânio altamente enriquecido para aumentar o arsenal do país.
Em 2021, a Coreia do Norte anunciou um plano de defesa de cinco anos, com foco no desenvolvimento de armas nucleares táticas, incluindo ogivas menores, mais leves e de grande escala.
Dois anos depois, a exibição pública de sistemas de armas nucleares, que Kim afirmou serem compatíveis com os mísseis balísticos do país, foi interpretada como uma demonstração de progresso nesse plano.
Potência nuclear
Segundo o relatório do Congresso norte-americano, Kim Jong-un considera as armas nucleares como “garantidoras da segurança do regime”. Desde 2006, a Coreia do Norte realizou seis testes nucleares. O mais recente deles ocorreu em 2017, quando o país alegou ter testado uma bomba de hidrogênio.
Apesar de Kim anunciar em 2018 que encerraria testes nucleares e destruiria o local de testes de Punggye-ri, relatórios da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) indicam que o país restaurou túneis de teste em 2022 e já está preparado para um sétimo teste.
Naquele mesmo ano, uma lei da Assembleia Popular da Coreia do Norte ampliou as condições para o uso de armas nucleares, incluindo possível “uso preventivo em situações que ameacem a sobrevivência do regime”.
O país também tem intensificado testes com mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs). Em 2024, testou o ICBM Hwasong-19, que tem capacidade para carregar múltiplas ogivas independentes (MIRV).
Os norte-coreanos também apresentaram avanços em mísseis de curto e médio alcance, como o Pukguksong-2 e o KN-23, o que pode representar uma ameaça a nações vizinhas do regime, como a Coreia do Sul.
Em resposta, sul-coreanos e os EUA intensificaram exercícios militares conjuntos e criaram mecanismos bilaterais, como o Grupo Consultivo Nuclear, para fortalecer a dissuasão estendida e gerenciar a ameaça representada pelo programa nuclear norte-coreano.
A Revisão da Postura Nuclear de 2022, feita durante a gestão do ex-presidente Joe Biden, afirma que qualquer ataque nuclear da Coreia do Norte contra os EUA ou seus aliados seria “inaceitável” e resultaria no “fim desse regime”.
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