Como a guerra eletrônica entre Rússia e Ucrânia influencia as Forças Armadas americanas
Treinamentos das operações especiais norte-americanas têm foco em sistemas mais ágeis e resilientes após lições do conflito ucraniano
Internacional|Do R7

A guerra eletrônica travada entre Rússia e Ucrânia está transformando a maneira como as forças armadas dos Estados Unidos preparam suas tropas e desenvolvem tecnologias para operações futuras.
As experiências do campo de batalha ucraniano têm levado o Comando de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA (AFSOC) a adotar estratégias mais ágeis e sistemas testados em combate para enfrentar ambientes de guerra eletrônica cada vez mais complexos.
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De acordo com a revista americana The War Zone, em reportagem publicada na última segunda-feira (5), o conflito na Ucrânia revelou a criticidade de operar em cenários onde comunicações são degradadas, o GPS é bloqueado e as ameaças táticas evoluem rapidamente.
“A Ucrânia demonstrou a importância de atuar eficazmente em ambientes densos de guerra eletrônica e de responder rapidamente às mudanças no campo de batalha”, disse um alto funcionário da Força Aérea dos EUA à revista.
Diferentemente de conflitos anteriores, nos quais o AFSOC operava em ambientes eletromagnéticos pouco contestados, o planejamento atual considera a necessidade de sistemas resilientes de precisão, navegação e cronometragem, segundo a plataforma United24 Media, especializada em informações sobre a Ucrânia.
Tanto a Ucrânia quanto a Rússia utilizam sistemas avançados de guerra eletrônica que interferem em drones, obrigam o uso de cabos de fibra óptica e reduzem a eficácia de munições de precisão ocidentais, como a Bomba Lançada no Solo de Pequeno Diâmetro (GLSDB).
Lições da Ucrânia
Todas essas condições levaram o AFSOC a revisar seu treinamento, priorizando a proficiência em guerra eletrônica para unidades terrestres e aéreas. Há discussões sobre reintroduzir oficiais de sistemas de combate em algumas aeronaves para aumentar a flexibilidade e a resposta em missões.
Além disso, o comando está reformulando seu processo de aquisição, abandonando os lentos “programas de registo” em favor de “programas de capacidade” mais dinâmicos, que permitem incorporar rapidamente inovações vistas no conflito ucraniano, como drones e contramedidas.
A guerra na Ucrânia também destacou a necessidade de sistemas assimétricos e descartáveis em vez de plataformas tradicionais. Essa abordagem aceita perdas potenciais sem impactos operacionais ou financeiros significativos, permitindo adaptações rápidas.
“A intenção é reiterar e evoluir mais rapidamente, acompanhando o ritmo da inovação no campo de batalha”, explicou o funcionário.
Outro impacto do conflito foi a parceria do Pentágono com fabricantes ucranianos de drones após startups norte-americanas não atenderem aos requisitos de combate.
Empresas como a Skyfall, que realizou mais de um milhão de missões, fornecem agora drones testados em batalha para as forças dos EUA. Esses sistemas são mais baratos, resistentes a interferências e comprovadamente eficazes sob fogo.
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