Assim como os terroristas do Hamas, Kim Jong-un utiliza ampla rede de túneis na Coreia do Norte
Ex-secretário de Defesa dos EUA descreveu os norte-coreanos como 'toupeiras', animais conhecidos por cavar e viver embaixo da terra
Internacional|Do R7

A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas trouxe revelações sobre como a organização extremista depende de túneis na Faixa de Gaza para operar e se esconder dos ataques aéreos. A cerca de 8.000 quilômetros de lá, na Coreia do Norte, o ditador Kim Jong-un também tem à disposição uma ampla rede de agens subterrâneas construídas para deslocamento e armazenamento de armas.
Em entrevista à NPR (Rádio Pública Nacional) dos EUA, em 2018, o coronel reformado do Exército Dave Maxwell, que serviu na Coreia, descreveu os norte-coreanos como "toupeiras", animais conhecidos por cavar buracos e viver boa parte do tempo embaixo da terra.
"Existem cerca de 5.000 desses túneis", afirmou o militar, que integra o Instituto de Estudos Coreano-Americanos. Outros dados sugerem haver até 8.000 túneis.
Informações da inteligência americana dão conta de que a Coreia do Norte tem túneis usados para o deslocamento por carro de Kim Jong-un, seus familiares e altos funcionários do governo. Muitas rodovias acabam em agens subterrâneas, impossibilitando o rastreamento por satélite das viagens do ditador pelo país.
Alguns desses túneis têm cerca de 300 m de profundidade, outros se estendem por até 50 km, e existe até uma suposta rota de fuga emergencial para a China.
Ciente disso, os Estados Unidos começaram a treinar, nos últimos anos, seus militares para operar em uma guerra subterrânea, afirmaram fontes à NPR.
Em 2001, o então secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, chamou a Coreia do Norte de "construtora de túneis de classe mundial".
"Eles têm depósitos subterrâneos com um enorme número de armas", afirmou em audiência no Senado.
O Instituto de Guerra Moderna destaca que muitos países cavam instalações subterrâneas para proteger seu pessoal e equipamentos mais sensíveis e garantir a continuidade da cadeia de comando em tempos de crise.
"Mas a Coreia do Norte do regime de Kim está entre os poucos estados restantes — juntamente com o regime de Assad na Síria — dispostos a enviar soldados para um ambiente subterrâneo. Pyongyang começou a escavar túneis muito antes de muitas entidades não estatais violentas, como a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico e o Estado Islâmico, redescobrirem suas virtudes", diz o instituto.
A rede usada por Kim Jong-un e seu Exército inclui não apenas túneis de invasão, mas também bunkers de liderança, artilharia e tropas, além de três bases subterrâneas, uma delas com uma pista de 1,8 km de extensão e 30 m de largura, que a sob uma montanha.
Revelações feitas por desertores norte-coreanos nas últimas décadas dão conta de que muitos desses túneis representam uma ameaça, especialmente à Coreia do Sul.
Algumas dessas agens subterrâneas estavam sob a Zona Desmilitarizada — quatro já foram encontradas, a última delas em 1990.
"Os túneis descobertos são grandes o suficiente para permitir a agem de milhares de invasores sob a DMZ [Zona Desmilitariza], sendo alguns grandes o suficiente para a agem de veículos e armas pesadas. Eles são fortificados e equipados com energia, suprimentos e até ferrovias e vagões para movimentação de equipamentos pesados. O terceiro 'túnel de agressão', como essas agens subterrânes foram apelidadas pelos sul-coreanos, foi descoberto logo ao sul de Panmunjeom após uma denúncia do desertor norte-coreano Kim Bu-seong, em 1978. O túnel tinha 1.600 m de comprimento e [estava a] 73 m abaixo da superfície", acrescenta o instituto.
País mais fechado do mundo, a Coreia do Norte deu uma discreta demonstração do potencial da indústria nacional nesta semana, quando apresentou, em uma feira na capital, Pyongyang, alguns produtos além dos já comuns mísseis balísticos que fabrica "dentr...
País mais fechado do mundo, a Coreia do Norte deu uma discreta demonstração do potencial da indústria nacional nesta semana, quando apresentou, em uma feira na capital, Pyongyang, alguns produtos além dos já comuns mísseis balísticos que fabrica "dentro de casa"