Redes de varejo puxam maior série de perdas do Ibovespa em 4 décadas
Ações da Petz (PETZ3) e da Via Varejo (VIIA3) derretem mais de 20% nas dez primeiras sessões de agosto; Magazine Luiza e Carrefour também desabam
Economia|Do R7

A maior sequência de tombos do Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, em quase 40 anos foi impulsionada pelas perdas de grandes varejistas e empresas ligadas ao setor.
No intervalo entre o dia 31 de julho e 14 de agosto, o índice desabou 4,2% após amargar perdas em todas as dez sessões, a maior série negativa desde fevereiro de 1984.
De acordo com dados da Economatica, as ações da Petz (PETZ3) e da Via Varejo (VIIA3) lideram as perdas indivíduais do Ibovespa no período, com baixas superiores a 20%. Já Magazine Luiza (MGLU3) e Carrefour Brasil (CRFB3) amargam perdas de, respectivamente, 15,22% e 18,08% e figuram entre as sete maiores baixas do mês.
As maiores baixas contam também com a presença do Grupo Soma (SOMA3), dona da marca Hering, da bandeira de cartão Cielo (CIEL3) e a startup de cashback Meliuz (CASH3). As empresas, todas também atreladas ao varejo, desabaram 18,24%, 18,67% e 19,44%, respectivamente, nos pregões iniciais de agosto.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, explica que o impulso adverso é motivado pelo momento ruim atravessado pelo comércio, com resultados ilustrados pelos balanços piores do que o esperado pelo mercado.
"Boa parte dos prejuízos está ligado à queda do consumo, visto que o nível de inadimplência das famílias está alto. Recentemente teve o programa Desenrola, mas se esse programa deu algum alívio para as famílias voltarem a consumir, isso só vai refletir nos resultados das varejistas do terceiro trimestre", avalia Fernandes.
Altas
Em todo o índice, apenas 20 dos papéis integrantes do Ibovespa apresentaram valorização em agosto, com destaque para a Copel (LE6), com alta de 7,54% guiada pela privatização da Companhia Paranaense de Energia Elétrica por R$ 5,2 bilhões.
Petrorio (PRIO3), Eztec (EZTC3), Suzano S.A. (SUZB3), Dexco (DXCO3) e BBSeguridade (BBSE3) também apresentaram altas relevantes, acima de 5% ao longo dos primeiros dez dias úteis do mês de agosto.
Entre as altas de menor intensidade duas empresas ligadas ao ramo de shoppings centers destoam das demais varejistas: Multiplan (MULT3) e Iguatemi SA (IGTI11) avançam 0,83% e 0,14%, respectivamente, no período.
Saiba quais grandes empresas puxam a onda de crises no varejo
É a recuperação judicial de uma, o pedido de falência de outra, tem aquela que recebeu ordem de despejo, e mais uma, que está reestruturando seu modelo de negócios. Dificilmente o consumidor brasileiro tenha testemunhado em algum outro momento uma cris...
É a recuperação judicial de uma, o pedido de falência de outra, tem aquela que recebeu ordem de despejo, e mais uma, que está reestruturando seu modelo de negócios. Dificilmente o consumidor brasileiro tenha testemunhado em algum outro momento uma crise tão grave afetando tantas empresas ao mesmo tempo. Antes de 2020, uma parte do setor de varejo já estava com problemas financeiros, mas a pandemia da Covid-19 acabou com os planos de crescimento de várias companhias, enquanto criou falsas expectativas em outras, que investiram muito mais do que podiam