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BC ainda não considerou impactos do consignado para CLT, diz Galípolo

Para presidente do Banco Central, há dúvida sobre sobre ‘como isso vai se desdobrar no tempo’

Economia|Da Agência Brasil

O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo
Iniciativa tende a responder mais a uma questão estrutural da oferta de crédito, segundo Galípolo Antônio Cruz/Agência Brasil - 27.3.2025

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quinta-feira (27) que os possíveis impactos da medida que ampliou o crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada ainda não foram considerados nas projeções da autoridade monetária. A afirmação foi feita durante entrevista para apresentação do Relatório de Política Monetária do primeiro trimestre.

“A gente não considerou ainda, nas nossas projeções, o impacto do consignado privado. Temos visto, desde o lançamento, estimativas variadas de como será o impacto. Há muita dúvida sobre quanto isso representa um fluxo novo de crédito ou uma substituição de dívida antiga por nova, e sobre como isso vai se desdobrar no tempo”, disse.

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Criado por medida provisória no último dia 12, o Programa Crédito do Trabalhador na Carteira Digital de Trabalho abrange empregados da iniciativa privada com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e contratados por microempreendedores individuais (MEI).

A medida, segundo o governo, tem o potencial de oferecer crédito menos caro a até 47 milhões de pessoas.


De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, já foram registradas ao menos 64.718.404 simulações e 8.704.759 pedidos de crédito. Até as 17h de terça-feira (25), 48.170 pessoas contrataram R$ 340,3 milhões em empréstimos pela nova modalidade de crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada.

O valor médio ficou em R$ 7.065,14 por trabalhador, com prazo médio de 21 meses divididos em parcelas de R$ 333,88.


Na avaliação do presidente do BC, a iniciativa tende a responder mais a uma questão estrutural da oferta de crédito, do que uma medida conjuntural, “tendo a ver como uma agenda mais antiga de substituir crédito de alto custo para baixo custo”, ressaltou.

Relatório

No documento divulgado nesta quinta-feira, o BC reduziu a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil de 2,1% para 1,9% em 2025. Ainda de acordo com o BC, a projeção de inflação para o ano caiu para 5,01%, ainda fora do intervalo da meta.


No documento, o BC cita o forte crescimento da economia em 2024, de 3,4%. Na avaliação do Banco Central, a economia aquecida favorece a alta da inflação, dificultando a convergência para a meta. A inflação acumulada em doze meses, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), aumentou de 4,87% em novembro para 5,06% em fevereiro.

A meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) do BC é de 3%, podendo variar 1,5% para mais ou menos. O documento diz que as projeções de inflação se mantiveram acima da meta, tornando a “convergência para a meta desafiadora”. O BC sinalizou que só vê a inflação perto da meta no segundo semestre de 2027.

“O BC sabe que, no curto prazo, a gente vai conviver com uma inflação acima da meta”, afirmou Galípolo.

Taxa de juros

Na semana ada, o BC aumentou a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 1 ponto percentual, para 14,25% ao ano.

Em comunicado, o Copom (Comitê de Política Monetária) afirmou que as incertezas externas, principalmente pela política comercial do país, suscitam dúvidas sobre a postura do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano).

Em relação ao Brasil, o texto informa que a economia brasileira está aquecida, apesar de sinais de moderação no crescimento. Em relação às próximas reuniões, o Copom informou que elevará a Selic “em menor magnitude” na reunião de maio

“Você vai estar com uma taxa de juros caminhando para um patamar elevado e com uma inflação rodando acima da meta”, acrescentou o presidente do BC.

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