Morte de Miguel: após protestos, patroa pede perdão em carta
Enquanto esposa do prefeito de Tamandaré (PE) é apontada como responsável pela fatalidade, gestor é investigado pelo TCE
Cidades|Do R7, com informações da Record TV

Após um dia de protestos pela morte do menino Miguel Otávio, 5, Sarí Gaspar Corte Real, apontada pela polícia civil como responsável pela fatalidade, escreveu uma carta com pedido de perdão para Mirtes Renata Santana de Souza, a mãe do garoto.
O conteúdo foi divulgado por Pedro Avelino, advogado de Sarí. No texto, ela diz: "Te peço perdão. Não tenho o direito de falar em dor, mas esse pesar, ainda que de forma incomparável, me acompanhará pelo resto da vida."
A ex-patroa de Mirtes também lamentou o julgamento que tem sofrido da opinião pública e afirma acreditar no esclarecimento da verdade por parte da justiça. A reportagem do Jornal da Record tentou contato com mãe do menino, mas ela não quis comentar o pedido de desculpas.
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A carta não deve interferir nas investigações. O delegado responsável pelo caso tem 30 dias para concluir o inquérito e encaminhá-lo à justiça. Uma nova perícia no prédio de luxo, de onde Miguel despencou do 9º andar, deve ser realizada na segunda-feira (8).
Sarí Gaspar é casa com o prefeito de Tamandaré, no litoral de Pernambuco. Miguel Otávio caiu do edifício onde a mãe trabalhava, em Recife, na última terça-feira (2). O menino estava estava sob a responsabilidade de Sarí, que chegou a ser presa, mas pagou fiança de R$ 20 mil e responde ao crime em liberdade.
A acusada foi autuada em flagrante por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, o indiciamento pode ser direcionado para dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar. Dessa forma, ela poderia ser levada a júri popular.
Funcionários fantasmas

Enquanto isso, o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco analisa denúncias de que Sérgio Hacker Corte Real, prefeito de Tamandaré e marido de Sarí, estaria envolvido em um esquema de contratação de funcinários fantasmas.
Isso porque o nome da mãe de Miguel está no Portal Transparência do município como funcionária da prefeitura. Mirtes teria sido contratada em 2017 e receberia um salário de pouco mais de R$ 1.000. O nome avó da criança, também consta na lista.
Veja também: MP investiga prefeito por contrato irregular da mãe de menino morto
Além dessas denúncias, o Tribunal de Contas do Estado foi informado de que pelo menos mais uma funcionária da casa do prefeito seria paga com dinheiro público. O órgão afirma que, se constatada a veracidade dos fatos, o gestor poderá responder por crime de responsabilidade e infração político istrativa.
O dinheiro teria que ser devolvido aos cofres públicos da cidade com pouco mais de 23 mil habitantes. Toda a população está chocada com a morte de Miguel e com as denúncias que vierema à tona. Neste domingo (7), os moradores devem realizar um ato público em homenagem ao garoto.
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