Gripe aviária no Brasil: entenda a situação em cinco pontos
A partir de agora, protocolos sanitários e comerciais am a valer para operações internas e com outros países
Cidades|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Nesta sexta-feira (16), o Brasil confirmou o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial. O caso aconteceu na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A partir de agora, protocolos sanitários e comerciais am a valer para operações internas e com outros países.
Confira cinco pontos para entender a situação:
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O que é a gripe aviária?
A gripe aviária, ou influenza aviária, é uma doença infecciosa causada por subtipos do vírus Influenza tipo A, como o H5N1. Ela afeta principalmente aves, mas pode, em casos raros, infectar mamíferos, incluindo humanos. O vírus circula globalmente desde 2006, sendo este o primeiro registro em uma granja comercial no Brasil.
O período de incubação, no caso de IA, varia normalmente de um a dez dias, e para fins de saúde pública esse é o período que deve ser considerado para vigilância e manejo de casos e contatos.
Segundo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, inicialmente 35 animais da granja apresentaram sintomas, mas a infecção logo se espalhou. “É óbvio que esse vírus é bastante agressivo, então rapidamente já começou ter outras mortes dentro dessa granja”, afirmou. Todos os 17 mil animais ou morreram, ou foram abatidos.
Como ocorre a transmissão?
Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão entre aves ocorre por meio do contato com secreções respiratórias ou fezes contaminadas. A infecção humana é rara e está geralmente associada ao contato direto e desprotegido com aves infectadas ou superfícies contaminadas. A transmissão de pessoa para pessoa é extremamente rara e, quando ocorre, não é sustentada.
Quais são os sintomas em caso de infecção?
Em humanos, os sintomas podem variar de leves a graves, incluindo:
- Febre alta
- Tosse
- Dor de garganta
- Dores musculares
- Falta de ar
- Em casos graves, pode evoluir para pneumonia ou falência de órgãos
O tratamento recomendado é o uso de antivirais, como o oseltamivir, especialmente nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas
Quais são os protocolos sanitários?
A partir da confirmação do caso, os protocolos de emergência zoossanitária são acionados. Com isso, vendas internas e exportações são afetadas.
Comércio interno
No cenário interno, o comércio de produtos da granja e do município fica suspenso. Segundo o decreto publicado no Diário Oficial da União dessa sexta, o estado de emergência abrange a área de 10 km “ao redor do estabelecimento de aves comerciais onde foi detectada a ocorrência da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade”. A portaria reforça que a abrangência da área de emergência pode ser alterada “de acordo com a evolução das investigações epidemiológicas e dos trabalhos de vigilância zoossanitária em execução”.
Comércio externo
Segundo o protocolo, neste primeiro momento, o comércio de produtos oriundos do estado fica suspenso para países como Japão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, nações que o Brasil conseguiu discutir os procedimentos.
Na sequência, a restrição a a valer apenas para o município afetado. Já China e União Europeia suspenderam a compra de frango de todo o território nacional por 60 dias. “O restante do Brasil continua com o fluxo comercial normal. No caso de países como a China, seguimos com o protocolo que restringe temporariamente as exportações de todo o território nacional”, explicou Fávaro.
O ministro também destacou que o governo vai atuar com transparência e agilidade nas negociações, buscando demonstrar a eficácia dos processos de higienização e bloqueio das áreas afetadas para garantir a retomada do comércio.
É seguro continuar comendo frango e ovos?
Especialistas garantem que o consumo de carne de frango e ovos segue seguro, desde que respeitadas as orientações sanitárias. “Não há evidência de transmissão pela ingestão de alimentos de origem aviária preparados corretamente”, reforça a Food and Drug istration, órgão norte-americano.
Desde 2003, foram confirmadas 874 infecções humanas por H5N1 no mundo, com 458 mortes. Nas Américas, ocorreram três casos: nos Estados Unidos (2022), no Equador (2023) e no Chile (2023). No Brasil, até agora, não houve registros em humanos.
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