Vieira defende multilateralismo e diplomacia preventiva em encontro do Brics
No discurso, ministro criticou momentos de instabilidade política e defendeu a promoção da paz
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Em reunião de chanceleres do BRICS- bloco que reúne as maiores economias emergentes - o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou o papel e desempenho do grupo durante crises globais, além de defender o fortalecimento da diplomacia preventiva, promoção da paz e cooperação multilateral. “A expansão do BRICS fortaleceu nossa plataforma para responder a esses desafios. [...] O BRICS tem um papel vital a desempenhar no reforço dos princípios do direito internacional, no apoio à solução pacífica de controvérsias e na promoção da reforma das instituições multilaterais”, disse.
Apesar da expectativa, Vieira não citou diretamente o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entretanto, durante seu discurso, o ministro criticou momentos de instabilidade política e “erosão do multilateralismo” vividos atualmente.
Veja mais
Além disso, o representante citou o conflito entre na Palestina e Israel, Ucrânia e África. “Devemos também reafirmar nosso compromisso com os princípios humanitários. Em zonas de conflito, o o à ajuda deve ser incondicional e imparcial. O sofrimento humano jamais deve ser instrumentalizado. O BRICS deve continuar a defender um sistema humanitário global neutro, despolitizado e genuinamente universal”, comentou.
Segundo o ministro, o objetivo do Brics não é ser um bloco de confronto, mas, sim, uma “coalizão de cooperação”. Vieira apontou, ainda, que o grupo reconhece os interesses estratégicos e econômicos de cada país signatário.
Ao citar os conflitos armados, o ministro criticou a lentidão de organismos internacionais. “A arquitetura de segurança pós-Segunda Guerra Mundial tem mostrado sinais de desordem. Os conflitos armados proliferam, muitas vezes com consequências devastadoras para as populações civis. O deslocamento forçado, a fome e a degradação ambiental aumentam a taxas alarmantes. No entanto, os mecanismos internacionais permanecem lentos, politizados e, às vezes, paralisados diante de necessidades urgentes”, disse.
Lula vai à Rússia em maio e deve conversar com Putin sobre guerra na Ucrânia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja a Moscou, capital da Rússia, no próximo mês, para o 80º aniversário do Dia da Vitória, celebrado em 9 de maio. O convite ao petista partiu do presidente russo, Vladimir Putin, em janeiro deste ano, durante telefonema. A data marca o triunfo sobre a Alemanha nazista, na Segunda Guerra Mundial. Lula, que estará no país entre 8 e 10 de maio, deve ter reuniões reservadas com Putin e discutir soluções para a guerra na Ucrânia. O conflito no Leste Europeu dura mais de três anos.
O brasileiro iria à Rússia em outubro do ano ado, para a cúpula do Brics — que reúne, além de Brasil e Rússia, Índia, China e África do Sul. O petista, no entanto, cancelou a viagem e participou do evento por videoconferência após sofrer uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp