‘Tudo que tem prazo, ele está assinando’, diz Padilha sobre Lula despachar em hospital
Petista, que precisou ar por uma cirurgia na segunda, está no quarto de UTI, ‘comendo e superestável’, diz a equipe médica
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Apesar de ter ado por novos procedimentos cirúrgicos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua despachando e sancionando leis, segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. “O presidente está muito feliz e com muita esperança em relação ao marco regulatório do crédito de carbono. O combinado com o presidente é: tudo que tem prazo para sanção, ele está assinando”, disse Padilha nesta quinta-feira (12).
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O presidente, que precisou fazer uma cirurgia de emergência na segunda-feira (9), ou por um novo procedimento, pouco invasivo, a fim de evitar novos sangramentos na cabeça. Segundo a equipe médica, o processo foi um sucesso e Lula está no quarto de UTI, “comendo e superestável”.
Ainda nesta quinta, o presidente sancionou, sem vetos, o projeto que institui um mercado regulado de carbono no Brasil, estabelecendo limites para a emissão de gases de efeito estufa. A nova legislação, aprovada pelo Congresso Nacional no mês ado, foi publicada no Diário Oficial da União. Além de ter aprovado a criação de um comitê interministerial para transformação digital.
“Todos os projetos que haviam sido listados pelo governo, enviados ao Congresso Nacional, da transição ecológica, todos eles aprovados, concluindo aprovação, que faz com que o Brasil entre em 2025 com marco regulatório muito sustentável”, comentou Padilha.
Segundo o ministro, ambos temas já haviam sido previamente discutidos com Lula. Na ocasião, Padilha comentou, ainda, que não quer levar “problemas” ao presidente enquanto ele estiver no hospital.
“Está em exercício permanente da atividade da presidência da República. [Lula] Tem falado com o vice-presidente, Alckmin. Eu, particularmente, tenho conversado com a equipe médica, estou deixando o presidente descansar, não quero levar problema para ele”, completou Padilha.
Entenda o quadro de Lula
O petista sentiu dor de cabeça e indisposição durante a agenda da última segunda-feira (9). Na sequência, deu entrada em um hospital particular em Brasília e foi transferido para a unidade de São Paulo. Na capital paulista, ou por uma cirurgia de emergência para drenagem de um hematoma. O procedimento ocorreu sem intercorrências e Lula está bem e sob monitoramento em leito de UTI. O primeiro boletim após essa cirurgia afirmou que Lula estava “lúcido, orientado e conversando”.
De acordo com os médicos, a hemorragia de Lula decorre da queda sofrida no banheiro, no Palácio da Alvorada, em 19 de outubro. Na ocasião, o acidente doméstico resultou em um ferimento na parte de trás da cabeça, que exigiu cinco pontos de sutura. Após o episódio, diversas viagens internacionais foram canceladas por recomendação médica. O presidente tem 79 anos.
Um dos pontos destacados pelos profissionais é de que as funções neurológicas do presidente estão preservadas. A hemorragia intracraniana é uma condição séria e ocorre quando há sangramento dentro do cérebro ou entre membranas protetoras — este último foi o caso de Lula, segundo a equipe médica. O presidente foi submetido a uma trepanação para drenagem do hematoma. A hemorragia intracraniana pode ser causada por fatores como traumas, hipertensão, aneurismas rompidos ou outras condições médicas.
Mercado de carbono
A lei, que cria um mercado regulado de carbono, estabelece o SBCE (Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa), que permitirá às empresas compensar suas emissões de gases poluentes por meio da compra de créditos de carbono associados a iniciativas ambientais. O mercado será dividido em dois segmentos: o regulado, que inclui setores com metas obrigatórias de redução de emissões, e o voluntário, que abrange, por exemplo, o agronegócio.
O sistema contará com uma estrutura de governança composta pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, seu órgão gestor e o Comitê Técnico Consultivo Permanente. As regras de funcionamento serão definidas em ato do Executivo, que também estabelecerá os tetos de emissão para atividades produtivas específicas.