SOS Malibu: veja os suspeitos de agiotagem e lavagem de dinheiro
Sete pessoas são investigadas por integrar o grupo comandado por um sargento da PMDF. Seis foram presas nesta terça
Brasília|Kelly Almeida e Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Conheça os presos na Operação SOS Malibu, deflagrada pela Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF/Corpatri), da Polícia Civil do Distrito Federal, na manhã desta terça-feira (16). O grupo é investigado por agiotagem, ameaça, extorsão e lavagem de dinheiro. Entre os presos estão dois irmãos: o sargento da Polícia Militar do DF Ronie Peter Fernandes da Silva e Thiago Fernandes da Silva. Ronie é suspeito de movimentar milhões de reais em contas de um grupo criminoso que operava com ele.
Sargento da PMDF Ronie Peter Fernandes da Silva e irmão, Thiago Fernandes da Silva, que levavam vida de luxo são presos por agiotagem
Sargento da PMDF Ronie Peter Fernandes da Silva e irmão, Thiago Fernandes da Silva, que levavam vida de luxo são presos por agiotagem
Ronie Peter Fernandes da Silva, sargento da Polícia Militar do Distrito Federal. Suspeito de chefiar o grupo criminoso e ser o responsável pela agiotagem. Segundo a polícia, é quem toma as decisões sobre os juros aplicados e faz a cobrança dos valores, muitas vezes com ameaças. É Ronie quem faz a compra de carros importados e coloca-os no nome de terceiros, incluindo familiares. Entre maio de 2017 e dezembro do ano ado, Ronie movimentou cerca de R$ 6 milhões em contas bancárias.
Thiago Fernandes da Silva, irmão e braço direito de Ronie, é dono de duas empresas que seriam usadas para a lavagem de dinheiro do grupo. É tido como o mais violento do grupo, responsável por ameaçar quem deve dinheiro. As empresas investigadas pela polícia são a TR Comercial de Alimentos Ltda., em Taguatinga, na qual Thiago é sócio com o pai, Djair Baía da Silva, e uma loja de revenda de veículos, aberta em agosto deste ano.
Djair Baía da Silva, pai de Ronie e Thiago, é sócio com Thiago na empresa TR Comercial de Alimentos Ltda., que movimentou cerca de R$ 8,5 milhões entre fevereiro e agosto deste ano. Tem em seu nome um Porsche usado por Thiago. É investigado por auxiliar na lavagem do dinheiro.
Raiane Gonçalves Campelo é apontada como operadora financeira do grupo. Proprietária da empresa One Nutrição e Estética, em Águas Claras, aparece como dona de um Porsche usado por Thiago e Ronie. A empresa, que tem faturamento mensal de R$ 100 mil, movimentou, entre janeiro e agosto de 2021, R$ 8,8 milhões. Raiane também foi monitorada ao fazer saques para o grupo.
Alison Silva Lima acompanha Raiane nos saques de grande valor, organiza as transações e faz o transporte do dinheiro sacado, segundo as apurações. Ainda de acordo com as investigações, aparece como dono de empresas de fachada. Em quatro meses, teria movimentado quase R$ 2 milhões em suas contas. É investigado como operador financeiro do grupo
Alexandre Rodrigues de Souza, dono de uma rede de fast-food em Vicente Pires, é apontado como operador financeiro do grupo. Fez transferências milionárias para Raiane. Também ajuda no transporte de valores movimentados pelo grupo.
Nemanja Romanov é apontado como operador financeiro do grupo. Tinha uma empresa que realizou operações financeiras com Ronie Peter. Em uma das transações, recebeu R$ 76 mil do sargento da PM, por meio da conta do filho. Também ou pelo nome dele um dos Porsches usados por Ronie.
Segundo as investigações, Ronie e Thiago são considerados os líderes do grupo criminoso. Djair, o pai, ajuda na lavagem do dinheiro. Raiane, Nemanja, Alison e Alexandre são investigados pela sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada. O objetivo do grupo seria dar aparência lícita aos valores adquiridos por meio de agiotagem. Eles também auxiliam na ocultação dos valores, cedendo o nome para registro de veículos de luxo usados pelos irmãos Ronie e Thiago.
Em nota, a Polícia Militar do DF garantiu que "já instaurou um procedimento apuratório sobre o caso de imediato" e que "não compactua com qualquer desvio de conduta de seus integrantes". "Comprovado os indícios de irregularidades ou crime, todas as medidas cabíveis ao caso serão tomadas", pontuou. O R7 entrou em contato com o advogado de Ronie Peter e aguarda retorno. A reportagem também tenta contato com os outros suspeitos.