Resistência de militares foi fundamental para golpe não prosperar, diz PGR
Segundo denúncia da PGR, comandantes do Exército e da Aeronáutica foram apresentados a minuta e não aceitaram participar
Brasília|Do R7, em Brasília

Um dos mecanismos para a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, era a mobilização das Forças Armadas. Entretanto, a resistência de comandantes do Exército e da Aeronáutica impediram que esse apoio acontecesse.
“A decisão dos generais, especialmente dos que comandavam Regiões, e do Comandante do Exército de se manterem no seu papel constitucional foi determinante para que o golpe, mesmo tentado, mesmo posto em curso, não prosperasse”, diz o documento assinado por Paulo Gonet.
Gonet denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022. Agora, o ministro Alexandre de Moraes vai analisar a denúncia.
Leia aqui o que a defesa dos denunciados dizem.
Milhares de brasileiros estão nas ruas nesta quarta-feira (2) para pedir a intervenção militar no governo. Os grupos fazem os atos, cuja solicitação é vetada pela Constituição de 1988, em frente aos quartéis do Exército. Nesta imagem, apoiadores do pre...
Milhares de brasileiros estão nas ruas nesta quarta-feira (2) para pedir a intervenção militar no governo. Os grupos fazem os atos, cuja solicitação é vetada pela Constituição de 1988, em frente aos quartéis do Exército. Nesta imagem, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotados nas eleições do último domingo, se concentram em frente ao 63º Batalhão de Infantaria em Florianópolis (SP)
Carta e reunião
O documento descreve a criação de uma “Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro” como um instrumento de pressão sobre o Alto Comando do Exército.
O general Freire Gomes, então comandante do Exército, “(…) sempre deixou evidenciado ao então Presidente da República Jair Bolsonaro, que o Exército não participaria na implementação desses institutos jurídicos visando reverter o processo eleitoral”.
Ajustes foram feitos para tentar maior apoio por parte das Forças Armadas. O general Paulo Sergio Nogueira de Oliveira apresentou a nova versão aos comandantes das três forças.
O tenente-brigadeiro Baptista Junior, comandante da Aeronáutica, confirmou ter sido convocado por Paulo Sergio. E que o decreto previa “(…) a não assunção do cargo pelo novo presidente eleito”. Segundo a PGR, Baptista Junior afirmou que não receberia o documento e que a Aeronáutica não itiria um golpe de Estado, retirando-se da sala.
Ele acrescentou que o General Freire Gomes também se recusou a analisar o conteúdo da minuta.