Oposição quer convocar novo ministro da Previdência para explicar fraudes no INSS
Wolney Queiroz assumiu comando da pasta na última semana após saída de Carlos Lupi
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília

Parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendem convocar o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, para prestar esclarecimentos sobre a operação da PF (Polícia Federal) deflagrada contra fraudes no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).
Deputado federal pelo PDT, Queiroz foi nomeado ministro na sexta-feira (2) logo após o então ministro, Carlos Lupi, pedir demissão. A troca ocorre na esteira da operação da PF. Lupi não é investigado pela corporação. Nesta segunda-feira (5), o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), e a bancada do partido Novo na Casa protocolaram dois requerimentos de convocação ao ministro na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
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Zucco ressalta que Queiroz também teve ciência das irregularidades, mas que “nada fez para contê-las”. “Queiroz estava na mesma reunião em que Lupi foi alertado sobre as irregularidades. Não há como falar em combate à corrupção ou proteção aos mais vulneráveis enquanto o responsável pela pasta da Previdência ignora denúncias graves. O ministro Wolney Queiroz demonstrou total conivência e não tem condições de permanecer no cargo. Ele sequer deveria ter assumido o posto”, afirma o líder.
Já o Novo pede explicações também sobre supostos vínculos do novo ministro com entidades investigadas pela PF. Segundo uma das autoras do pedido, deputada Adriana Ventura (Novo-SP), a troca de ministro na pasta não será eficaz para trazer soluções reais ao problema.
“Essa troca de ministros não convence. Parece mais um teatro do que uma real intenção de resolver o problema. O novo ministro, Wolney Queiroz, já sabia de tudo, participou de reuniões, recebeu os mesmos alertas que Carlos Lupi e nada fez. Agora assume como se fosse parte da solução, quando na verdade sempre fez parte do problema. O Parlamento precisa ouvir explicações claras e cobrar responsabilidade. Fraudes bilionárias que atingem os mais vulneráveis não podem ser varridas para debaixo do tapete”, justifica Adriana.
Entenda
Segundo as investigações, as fraudes causaram um prejuízo estimado em mais de R$ 6 bilhões a aposentados e pensionistas. A PF revelou um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários, realizados sem autorização dos beneficiários, com participação de sindicatos, associações, servidores públicos e advogados.
Mais de 4 milhões de beneficiários foram lesados segundo as investigações, em um esquema criminoso que envolve corrupção, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. A investigação já levou à exoneração do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
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