Motta, Alcolumbre e Haddad se reúnem para tratar sobre aumento do IOF
Ala da Câmara dos Deputados defende derrubada do decreto do governo federal
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília

Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), respectivamente, estão reunidos, nesta quarta-feira (28), na Residência Oficial da Câmara com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para tratar sobre o decreto do governo federal que aumenta algumas alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A reunião ocorre na esteira de deputados pressionarem pela aprovação de um PDL (Projeto de Decreto Legislativo) para sustar o decreto. A ideia da oposição é aprovar, na quinta-feira (29), um pedido de urgência ao texto e, na segunda-feira (2), votar o mérito do projeto. O grupo diz ter os votos suficientes para aprovar a proposta, que precisa de, no mínimo, 257 votos.
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Participam ainda da reunião a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e os líderes do governo no Senado Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (PT-AP).
O encontro serve para tentar achar alternativas a aprovação do PDL, a exemplo de um possível recuo do governo federal, tendo em vista as críticas públicas por parte de Motta e Alcolumbre.
Nesta noite, antes da reunião, Motta chamou o decreto de “infeliz” e disse que a Câmara trabalha para avançar em pautas positivas para o Brasil, como uma reforma istrativa.
Além disso, que trabalha em uma construção com o Senado e com o governo. “Estamos muito preocupados com essa medida, com os impactos que ela trouxe, com a manifestação do setor produtivo, contrário a ela, e com o papel que a oposição cumpre nesta Casa, de apresentar um projeto de decreto legislativo”, explicou.
Já Alcolumbre afirmou que a medida representou uma usurpação sobre as atribuições do Congresso Nacional. Além disso, ressaltou que o parlamento tem o direito de votar uma proposta para derrubar o decreto.
“Que esse exemplo do IOF dado pelo governo federal seja a última daquelas decisões tomadas pelo governo tentando, de certo modo, usurpar as atribuições legislativas do Poder Legislativo. Como presidente do Senado e do Congresso Nacional, eu vou defender todas as atribuições estabelecidas na Constituição”, disse.
Entenda
Na semana ada, o governo anunciou o aumento do IOF para algumas modalidades de transação. Contudo, horas depois Haddad recuou em parte do decreto por “necessidade técnica”.
Na sexta-feira (23), o governo publicou um decreto que mantém em zero a alíquota do IOF sobre aplicação de investimentos de fundos nacionais no exterior. O texto original da medida, contudo, previa um aumento de 3,5% para essa operação.
O decreto também mantém em 1,1% a alíquota sobre remessas para o exterior destinadas a investimentos — esse valor também subiria para 3,5% antes do recuo do governo. O aumento na taxação do IOF foi apresentado entre as medidas de revisão do Orçamento de 2025.
Com o recuo, o governo estuda outras formas de compensar o bloqueio, com o corte de outras despesas ou com o anúncio de novas medidas de arrecadação. Segundo Haddad, a gestão tem até o fim desta semana para decidir como vai realizar a compensação.
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