Líder do PT na Câmara depõe à PF em inquérito sobre Eduardo Bolsonaro nesta segunda
Lindbergh Farias (PT-RJ) foi o autor da ação peticionada que ocasionou a abertura do inquérito pelo STF
Brasília|Do R7, em Brasília

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) vai prestar depoimento à PF (Polícia Federal) na próxima segunda-feira (2) em inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.
O líder do PT na Câmara afirma que o deputado do PL “está usando uma potência estrangeira para tentar proteger seu pai, numa flagrante atitude de atentar contra a soberania nacional”.
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“Reunimos registros de inúmeras publicações em redes sociais do deputado licenciado para confirmar as acusações feitas na representação que enviamos à PGR. Temos um conjunto de documentos, vídeos e textos com diversas declarações do político do PL feitas nos EUA e frontalmente contrárias aos interesses nacionais, ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes”, afirmou o petista.
Veja abaixo:
O STF abriu o inquérito atendendo a um pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que por sua vez atendeu uma ação peticionada por Lindbergh. Entre as solicitações feitas na ação, o líder do PT pediu que Eduardo fosse preso preventivamente e investigado por atentado à soberania nacional, abolição violenta do Estado democrático de direito e coação no curso do processo.
Além do deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro também será ouvido pela PF. O ministro Alexandre de Moraes determinou que o pai de Eduardo Bolsonaro fosse ouvido depois de ter afirmado ser o responsável financeiro pela manutenção do filho nos Estados Unidos.
Recentemente, o ex-presidente disse estar bancando as despesas do filho nos EUA com os valores que recebeu via Pix de apoiadores. “Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o Pix, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior”, disse Bolsonaro em entrevista.
“O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um Judiciário parcial. Ele resolveu ficar por lá, nós conversamos quase todos os dias, mas são diálogos reservados. Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem. Ainda não sei se ele retorna da licença, estamos na metade do prazo de 120 dias. Eu não quero ficar longe do meu filho, um afastamento familiar”, completou.
Pedido da PGR
Ao pedir a investigação sobre Eduardo, a PGR disse que o deputado licenciado tem buscado ativamente que o governo dos Estados Unidos imponha sanções a membros do STF, da PGR e da Polícia Federal.
As sanções buscadas, descritas pela Procuradoria-Geral da República como “pena de morte civil internacional”, incluiriam a cassação de vistos, o bloqueio de bens e a proibição de relações comerciais.
De acordo com a PGR, essas ações visam intimidar autoridades envolvidas em investigações e processos criminais que envolvem Jair Bolsonaro e aliados, configurando uma tentativa de obstruir a Justiça e interferir nos Poderes constitucionais. A PGR defendeu, além da abertura de investigação sobre Eduardo, que Jair Bolsonaro fosse interrogado.
Entenda
Ao anunciar a licença de 122 dias da Câmara, em 20 de março, Eduardo afirmou que Moraes está tentando usar seu mandato como “cabresto, ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção”, sendo um instrumento para prendê-lo e impedi-lo de representar os interesses do país.
Eduardo informou que iria se dedicar integralmente a “fazer justiça” e “criar um ambiente para anistiar os reféns do 8 de Janeiro e demais perseguidos que fizeram parte do governo Bolsonaro”.
No mesmo dia, o PT havia pedido a apreensão do aporte do parlamentar à PGR. Posteriormente, Moraes arquivou a representação após a PGR concluir que não existiam indícios para criar uma apuração.
Hoje, Eduardo citou o arquivamento, alegando que continua “fazendo o mesmo trabalho de sempre”. “Se minha conduta é reiterada, deve então haver um fato novo para ensejar a abertura de inquérito agora”, escreveu.
Conforme o parlamentar, após a fala de Rubio, o “tom” mudou. “Eu não mudei meu tom. Não há conduta nova”, prosseguiu. Há pouco, Lindbergh disse que acionaria o Conselho de Ética da Câmara pedindo a cassação de Eduardo.
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