Gilmar Mendes vota para condenar Zambelli por porte ilegal de arma e cassar mandato
Julgamento da deputada federal acontece no plenário virtual e vai até a próxima sexta-feira (28)
Brasília|Victoria Lacerda e Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

O STF (Supremo Tribunal Federal) começou a julgar nesta sexta-feira (21) se condena a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal por um episódio na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando ela perseguiu um homem armada em uma rua de um bairro nobre de São Paulo.
O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, votou para condenar a deputada a 5 anos e 3 meses de prisão, pela perda do mandato da parlamentar, pela cassação de sua autorização para porte de armas e pela devolução da arma apreendida ao Comando do Exército.
Até as 16h desta sexta, o placar pela condenação era de 3 a 0, com os ministros Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes seguindo o voto de Gilmar Mendes. O julgamento acontece no plenário virtual e vai até a próxima sexta-feira (28).
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O caso aconteceu em outubro de 2022. Zambelli se envolveu em uma discussão com um apoiador do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e apontou uma arma de fogo em direção a ele.
A Procuradoria-Geral da República denunciou a deputada por dois crimes: porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com arma de fogo. O porte ilegal de arma ocorre quando alguém porta uma arma sem a devida autorização, o que é considerado crime pelo Estatuto do Desarmamento, com pena de 2 a 4 anos de prisão.
Já o constrangimento ilegal acontece quando alguém é forçado a não fazer o que a lei permite ou a fazer o que ela não manda, por meio de violência ou ameaça, especialmente com o uso de arma de fogo. Neste caso, a pena inicial é de 3 meses a 1 ano, sendo dobrada se a arma for utilizada.
O julgamento no STF também aborda a atitude de Zambelli em desrespeitar uma resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que proibia o porte de armas e munições por CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) nas 24 horas antes e depois das eleições.
O gabinete da deputada divulgou um comunicado sobre o julgamento. “Tenho total confiança na Justiça e acredito que, com o esclarecimento completo dos fatos, minha inocência será comprovada”, disse Zambelli.
TRE-SP declarou Zambelli inelegível
Em janeiro deste ano, Zambelli teve seu diploma de deputada federal cassado pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), que a tornou inelegível por 8 anos.
A ação foi movida pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que acusou Zambelli de abuso de poder político e de disseminação de informações falsas sobre o processo eleitoral de 2022.
A parlamentar ainda pode recorrer ao TSE quanto à cassação de seu diploma.