Garnier nega que desfile de blindados tenha sido pressão para aprovação do voto impresso
Ato ocorreu no dia 10 de agosto e contou com a participação de Jair Bolsonaro, que acompanhou a agem dos tanques militares
Brasília|Gabriela Coelho e Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Durante interrogatório no STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, negou que um desfile de blindados realizado em agosto de 2021 tivesse como objetivo pressionar a Câmara dos Deputados no dia da votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do voto impresso.
“O presidente da Câmara decidiu levar ao plenário e marcou para a data em que já estava previsto todo esse deslocamento”, afirmou. O desfile ocorreu no dia 10 de agosto e contou com a participação do então presidente Jair Bolsonaro, que acompanhou a agem dos tanques militares.
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O militar da reserva explicou que, todos os anos, na cidade de Formosa (GO), a Marinha realiza uma operação, e o planejamento logístico exige “meses de antecedência”, já que os blindados vêm do Rio de Janeiro.
“Ao assumir o comando em abril, eu disse que faríamos uma visitação pública com esses veículos aqui na Esplanada. [...] Contudo, isso não foi programado para o dia da votação no Congresso”, afirmou.
Além disso, ele afirmou que tinha a impressão que essa votação seria feita em uma comissão especial. “O presidente da Câmara decidiu levar ao plenário e marcou para a data em que já estava marcado todo esse deslocamento, com cinco dias de antecedência. Neste caso em particular foi uma coincidência”, completou.
Minuta do golpe
Segundo ele, não houve minuta de golpe de Estado, mas somente parte de uma análise do cenário político do Brasil, com informações, por exemplo, sobre caminhoneiros e do processo eleitoral.
“Não vi minuta, vi informações em tela de computador. Não recebi um documento”, garantiu. Ele confirmou ter se encontrado com o ex-presidente Jair Bolsonaro após a derrota nas Eleições de 2022, mas negou ter colocado as tropas à disposição para uma suposta manutenção do poder. “Nunca falei essa frase”, completou.
“O presidente [Jair Bolsonaro] tinha preocupação com pessoas que estavam insatisfeitas e estavam nos quartéis. Não se sabia para onde ia o movimento”, afirmou Garnier.
Em relação às reuniões após as eleições, Garnier explicou que a principal preocupação do então presidente e dos membros do ex-governo eram as “inúmeras pessoas que estavam, digamos assim, insatisfeitas e se posicionavam”.
Já concluíram esta fase o delator Mauro Cid e o ex-deputado federal e ex-presidente da Abin Alexandre Ramagem.
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