‘Estava dentro da piscina’, diz Mourão ao STF sobre atos do 8 de Janeiro
Ex-vice-presidente prestou depoimento ao STF como testemunha em julgamento tentativa de golpe de Estado
Brasília|Giovanna Inoue e Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

O ex-vice-presidente e atual senador pelo Rio Grande do Sul Hamilton Mourão (Republicanos) disse que estava em casa no momento em que aconteciam os atos de 8 de janeiro de 2023. “Estava ali no domingo à tarde, estava dentro da piscina”, detalhou. A declaração foi dada durante depoimento nesta sexta-feira (23) ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Mourão detalhou que estava há 10 dias na nova casa dele após desocupar o Palácio do Jaburu, onde morou enquanto era vice-presidente. “Saí do Palácio logo depois do Natal”, explicou.
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Durante o depoimento, o senador negou ter participado de qualquer reunião para discutir um estado de exceção ou para apresentar uma minuta de golpe de Estado.
“Não participei de nenhuma reunião em que foi abordado esse assunto [minuta de golpe]”, disse. Questionado pelo advogado do general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Mourão também afirmou que o militar, com quem tem “amizade há mais de 40 anos”, “em nenhum momento conversou ou enviou algum documento sobre estado de exceção”.
Durante o depoimento, o procurador-Geral da República, Paulo Gonet, expôs que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, confirmou ter havido uma reunião para discutir um estado de exceção, mas Mourão negou. “Não aconteceu, eu não tive presente nenhuma reunião dessa natureza.”
Questionado pelo PGR se, portanto, Cid teria mentido, o ex-vice-presidente declarou: “Eu não posso dizer que ele seja mentiroso, até porque eu não tive o a isso que ele disse”.
Mourão é testemunha de defesa de Heleno, do ex-presidente Jair Bolsonaro, do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e do general Walter Braga Netto na ação que julga o chamado “núcleo 1″ de réus por tentativa de golpe de Estado.
Mourão, que não foi citado diretamente nas investigações da Polícia Federal, é um dos principais críticos do caso ligado a Bolsonaro. Em novembro do ano ado, quando o ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal, o senador chamou o caso de “fanfarronada” e criticou o fato de o ministro do STF Alexandre de Moraes estar à frente do inquérito.
Mauro Cid é “absolutamente leal”
Ainda durante o depoimento, Mourão disse conhecer Mauro Cid desde criança. Mourão disse que o militar é “absolutamente leal”.
“Sempre ele se comportou da forma como nós aprendemos dentro do Exército brasileiro. Até pela linhagem que carrega. Então, sempre muito respeitoso, tratando a todos de forma respeitosa, independente da função que ele tinha, do o que ele tinha ao Presidente da República”, disse.
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