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R7 Brasília

Em meio ao tarifaço de Trump, Brasil tem mais de 1.600 oportunidades com Brics

Alimentos, bebidas e agronegócios estão entre as áreas que podem ser aproveitadas; na China e na Rússia, Lula quer ampliar parcerias

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Brasil tem mais de 1,6 mil oportunidades com Brics Ricardo Stuckert/PR - 22.08.2023

Estudo elaborado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, aponta que o Brasil tem 1.601 oportunidades comerciais com os parceiros do Brics, do qual, além do Brasil, fazem parte Rússia, Índia, China e África do Sul. As eventuais negociações mercantis ocorrem em meio ao tarifaço promovido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inclusive contra nações do bloco econômico.

O momento é visto como oportuno para o aprofundamento das relações comerciais entre Brasil e os demais países do grupo. Desde esse sábado (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está na China, para ampliar as parcerias — o país é o principal destino das exportações brasileiras. Entre os produtos com mais potencial de venda para a nação asiática, segundo o governo brasileiro, estão proteína animal, café e itens de maior valor agregado, como alimentos industrializados e bioenergia.

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Antes da China, Lula esteve na Rússia e afirmou que a relação com o país ainda é “deficitária” em termos comerciais, apesar de ter “grande potencial”. “Essa minha visita aqui é para estreitar e refazer com muito mais força a nossa construção de parceria estratégica. O Brasil tem interesses políticos, comerciais, culturais, científicos e tecnológicos com a Rússia. Por seu lado, a Rússia deve ter muitos interesses com o Brasil. Somos duas grandes nações, em continentes opostos, e nós temos a chance de, nesse momento histórico, a gente poder fazer com que a nossa relação comercial possa crescer muito”, avaliou.

Possibilidades

De acordo com o estudo da ApexBrasil, das 1.601 oportunidades comerciais com os parceiros iniciais do Brics, 582 são com a África do Sul, 400 com a China, 388 com a Índia e 231 com a Rússia. A pauta exportadora do Brasil para com o grupo consiste principalmente em commodities, com destaque para a soja, óleos brutos de petróleo, minério de ferro e carne bovina, representando 77% do total das negociações. Os chineses são os principais parceiros brasileiros, com participação de 28% em 2024. O segundo na lista é a Índia, com 1,56%.


A relação comercial entre Brasil e o Brics é superavitária para o lado brasileiro, ou seja, o país mais exporta que importa. Dados apontados no documento mostram que, em 2024, o Brasil exportou US$ 102,5 bilhões para as nações do bloco, enquanto importou US$ 82,1 bilhões. Dessa forma, o saldo foi de US$ 20,4 bilhões. O estudo aponta diversas áreas com foco no Brics: alimentos, bebidas e agronegócios, casa e construção, máquinas e equipamentos, moda, multissetorial e saúde.

Conheça, abaixo, as oportunidades para o mercado brasileiro:

  • Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados: US$ 560 bilhões em importação, cuja participação brasileira é de 3,8%
  • Matérias em bruto, não comestíveis, exceto combustíveis: US$ 354 bilhões em importação, cuja participação brasileira é de 21%
  • Artigos manufaturados, classificados principalmente pelo material: US$ 84 bilhões em importação total, cuja participação brasileira é de 3,4%
  • Produtos alimentícios e animais vivos: US$ 52 bilhões em importação total, cuja participação brasileira é de 26%
  • Outros: US$ 142 bilhões em importação total, cuja participação brasileira é de 0,5%

No ano ado, os principais estados exportados para os países do Brics foram: São Paulo para a África do Sul (44,8%), São Paulo para a Índia (30,1%), Minas Gerais para a Rússia (19,2%) e Rio de Janeiro para a China (17,8%). Ainda segundo o estudo, os Estados Unidos e Taiwan são os principais concorrentes do Brasil nas exportações para os Brics. O país comandado por Trump compete com os exportadores brasileiros nas vendas de soja, em que o Brasil é líder global.


Já as importações brasileiras originárias da Rússia, Índia, China e África do Sul são desconcentradas. O estudo destaca que os principais produtos tiveram participações lideradas por óleos combustíveis de petróleo (8,2%), adubos ou fertilizantes (6,9%) e válvulas e tubos termiônicos (5,5%). Os Estados Unidos e a Alemanha são os principais concorrentes dos exportados do Brics no mercado brasileiro. “Além disso, os EUA concorrem com os países do bloco no principal grupo importado pelo Brasil em 2024: os óleos combustíveis”, diz.

Veja os 10 principais grupos de produtos exportados pelo Brasil para países do Brics, em 2024:

  1. Soja: US$ 32 bilhões, sendo o principal destino a China
  2. Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: US$ 21 bilhões, sendo o principal destino a China
  3. Minério de ferro e seus concentrados: US$ 19 bilhões, sendo o principal destino a China
  4. Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada: US$ 6 bilhões, sendo o principal destino a China
  5. Celulose: US$ 4,6 bilhões, sendo o principal destino a China
  6. Açúcares e melaços: US$ 3,2 bilhões, sendo o principal destino a China
  7. Algodão em bruto: US$ 1,9 bilhão, sendo o principal destino a China
  8. Carnes de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas: US$ 1,6 bilhão, sendo o principal destino a China
  9. Ferro-gusa, spiegel, ferro-esponja, grânulos e pó de ferro ou aço e ferro-ligas: US$ 1,3 bilhão, sendo o principal destino a China
  10. Gorduras e óleos vegetais, “soft”, bruto, refinado ou fracionado: US$ 0,9 milhão, sendo o principal destino a China
  11. Outros: US$ 9,6 bilhões, sendo o principal destino a China

Tarifaço de Trump

Logo no início do segundo mandato, em janeiro, Trump impôs tarifas comerciais para diversas nações, com destaque para a China, cujos produtos importados pelos EUA foram taxados em 145%. As ações do republicano desencadearam uma guerra comercial, especialmente com o país asiático.


Na última quarta-feira (7), Trump descartou rever as tarifas impostas à China. “Não estou aberto a retirar tarifas de 145% da China. Não estamos buscando tantas isenções tarifárias”, declarou, em evento na Casa Branca, em relação a possíveis exceções à política tarifária.

Na sexta (9), em agenda com o presidente Vladimir Putin, na Rússia, Lula comentou a postura do norte-americano. “A taxação de comércio com todos os países do mundo, de forma unilateral, joga por terra a grande ideia do livre comércio, o multilateralismo e, muitas vezes, o respeito à soberania dos países que nós temos que ter”, declarou.

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