:root { --editorial-color: #556373; } body { writing-mode: horizontal-tb; font-family: var(--font-family-primary, sans-serif), sans-serif; }
Logo R7.com
Logo do PlayPlus
R7 Brasília

Confira as principais revelações de Mauro Cid sobre o plano golpista e o papel de Bolsonaro

Tenente-coronel detalhou o envolvimento do ex-presidente nas articulações golpistas após a derrota nas eleições de 2022

Brasília|Gabriela Coelho e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Bolsonaro é um dos réus do núcleo 1 Ton Molina/STF

Durante o interrogatório ao STF (Supremo Tribunal Federal), o tenente-coronel Mauro Cid detalhou o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas articulações golpistas após a derrota nas eleições de 2022. Ele falou sobre reuniões com militares, ree de dinheiro, tentativa de sustentar manifestações em frente aos quartéis e a existência de uma minuta de decreto para anular o resultado das urnas.

Veja mais

A seguir, os principais trechos do que disse Cid em audiência:

1. Bolsonaro recebeu e modificou a minuta do golpe

Segundo Mauro Cid, Bolsonaro não apenas recebeu como também leu e editou a minuta que previa a anulação das eleições de 2022. Entre as mudanças feitas pelo ex-presidente estava a retirada de trechos que determinavam a prisão de diversas autoridades.

“Sim, senhor. Recebeu e leu. De certa forma, enxugou o documento, retirando as autoridades das prisões. Somente o ministro Alexandre de Moraes ficaria preso.”


2. Braga Netto entregou dinheiro a mando de apoiadores

Cid relatou que reou dinheiro em espécie ao major Rafael de Oliveira, investigado como integrante do chamado “kids pretos”, por ordem do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa. O valor, entregue em uma caixa de vinho no Palácio da Alvorada, seria para financiar atividades relacionadas às manifestações golpistas.


“O general Braga Netto apareceu com a quantia. Eu recebi no Alvorada e ei para o major Júlio Dias. Minha ideia é que esse dinheiro vinha do agronegócio, que estava ajudando a manter as manifestações.”

3. Batista Júnior não quis participar das tratativas


Cid mencionou que o brigadeiro Batista Júnior, então comandante da Aeronáutica, rejeitou qualquer conversa sobre medidas antidemocráticas e “cortava qualquer tipo de conversa nesse sentido”.

“De certa forma, ele não queria nem ouvir nenhuma opinião. Já cortava de imediato.”

4. Bolsonaro esperava uma “fraude real” para justificar golpe

Segundo Cid, o ex-presidente trabalhava com duas hipóteses: encontrar uma fraude nas urnas ou, com apoio popular, usar isso como justificativa para um decreto de estado de defesa.

“Sempre se teve a ideia de que, até o final do mandato, aparecesse uma fraude real. Mas não apareceu. Tudo ficou no campo da estatística.”

5. Grupos radicais agiam de forma isolada

Ele afirmou que os grupos que apresentavam ideias golpistas a Bolsonaro não eram organizados e atuavam individualmente.

“Não existiam reuniões. Cada um levava sua ideia ao presidente de forma isolada. O general [Almir] Garnier [na época, comandante da Marinha] era considerado um dos mais radicais.”

6. Cid foi retirado de reunião onde seriam discutidas medidas operacionais

O militar contou que Braga Netto pediu sua saída de uma reunião entre os comandantes das Forças Armadas, afirmando que dali em diante seriam tratadas ações práticas.

“Disse que era melhor eu não ficar. A partir dali, começariam a tomar medidas operacionais.”

7. Silêncio inicial por estar abalado

Cid também explicou por que não revelou tudo no primeiro depoimento à Polícia Federal, dizendo que estava emocionalmente abalado após a prisão.

“Foi logo depois da prisão, fiquei muito abalado. Não consegui reagir nem botar as ideias no lugar. Depois, com meus advogados, conseguimos entender o que poderia contribuir para a investigação.”

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.