Combate ao crime organizado cresce 70% e gera impacto de R$ 5,6 bilhões a contraventores
Balanço da Polícia Federal também aponta redução nos pedidos de porte e de registros para armas de fogo em 2024
Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

O combate ao crime organizado no Brasil teve um crescimento de 70% em 2024, em comparação com o ano anterior. O aumento teve um impacto para organizações criminosas na casa de R$ 5,6 bilhões, de acordo com balanço da PF (Polícia Federal) divulgado nesta quarta-feira (29).
“Em comparação a 2023, a descapitalização do crime organizado teve um impressionante crescimento de 70%. Em 2023, o prejuízo imposto às organizações criminosas foi de R$ 3,3 bilhões, em 2024, esse número saltou para R$ 5,6 bilhões”, destacou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
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O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirma que o valor poderá ser maior, e depende ainda da conclusão de perícias de bens apreendidos. O diretor da PF também aponta que as ações são voltadas a diferentes atividades criminosas, como práticas ligadas à área ambiental, de corrupção e drogas.
“O enfrentamento ao crime organizado só pode ser feito a partir do enfrentamento do poder econômico e da prisão das principais lideranças, e é no que estamos trabalhando”, afirma. As ações da PF já prenderam mais de mil pessoas em 2024.
No fim do ano ado, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou um levantamento que aponta para um faturamento de R$ 350 bilhões do crime organizado em um ano. O estudo também mostra que as facções Comando Vermelho e PCC controlam a produção e distribuição de drogas no Brasil e na Bolívia.
Como resposta à evolução ao combate ao tipo de crime, Andrei Rodrigues defendeu o aumento de ações conjuntas a nível internacional para combate ao crime organizado e classificou que as medidas podem colocar fim às práticas ilícitas no Brasil.
Registros de armas de fogo
A PF também aponta que houve queda nos números de pedidos de porte (- 30%) e registros para armas de fogo (- 11,6%).
“Nós tivemos uma redução no registro de armas de fogo e uma redução também na concessão de porte de armas de fogo seguindo uma política pública determinada pelo Estado brasileiro”, declarou Rodrigues.
Investigações
Em 2024, a PF deu início a 48,7 mil investigações e indiciou 38,1 mil pessoas. Os valores foram maiores que em 2023 - quando foram 44,5 mil e 33,3 mil, respectivamente. A taxa de solução dos inquéritos se manteve próxima do ano anterior, em 86%, o aumento foi de menos que 1 ponto percentual.
Crimes ambientais
Houve uma redução de 30% nas áreas desmatadas no Brasil. Segundo a PF, em 2023 o espaço desmatado foi de 16,5 mil km², enquanto em 2024, foram 11,5 mil km².
Entre as ações de combate, o diretor-geral destacou aportes do Fundo Amazônia e afirma que os recursos indicaram R$ 151 milhões para fortalecer atuação da PF. Entre as estratégias está aquisição de helicópteros e lanchas para atuar exclusivamente na Amazônia.
Como próximos os, a PF quer criar polos de investigação de incêndios criminosos na Amazônia e no Cerrado.
Fronteiras
Parcerias internacionais na América Latina levaram a 402 operações em áreas de fronteira. Foram 2.170 mandados de busca e apreensão, além de 531 prisões, entre preventivas e temporárias.