Colega de Bolsonaro, cargo no exterior e aposentadoria de R$ 42 mil: veja quem é o pai de Mauro Cid
Relatório do Coaf que chegou à MI do 8 de Janeiro mostra que o general e sua esposa movimentaram R$ 2,5 milhões em 15 meses
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

O general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é um dos alvos da Polícia Federal nesta sexta-feira (11), em uma operação que investiga suspostos crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligados ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de governos estrangeiros. Além da proximidade com a família do ex-presidente, Lourena Cid ocupou importantes cargos no Exército Brasileiro antes de ser transferido para a reserva, em 2019.
Nascido em Niterói (RJ), ele foi praça da corporação em março de 1973 e colega do ex-presidente Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sul fluminense. A Aman é uma instituição de ensino superior responsável pela formação dos oficiais combatentes de carreira do Exército Brasileiro.
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Histórico na corporação
Desde 2011, o general ocupava o cargo de chefia do Gabinete do Comandante do Exército. Ele foi promovido ao posto de general em julho de 2015 e, com isso, assumiu o comando militar do Sudeste. Em 2017, ocupou a chefia do Departamento de Educação e Cultura do Exército.
Mauro Lourena Cid foi condecorado em uma solenidade realizada em 5 junho de 2019, destinada a agraciar militares que "se destacaram pelos bons serviços prestados".
Segundo o Portal da Transparência da Controladoria-Geral da União, no dia 13 de junho o general foi oficialmente transferido para a reserva. Ainda segundo o portal, Lourena Cid recebeu R$ 42.212,55 em junho de 2023.
Em 2019, foi nomeado para o cargo de gerente de operações dos escritórios da Apex-Brasil nos Estados Unidos. De acordo com o site da Apex, o cargo de gerente recebe um salário de R$ 36.887,29. Ele deixou o posto no começo deste ano.
Pai de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
O general é pai do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, preso desde maio deste ano em uma investigação que apura a atuação de uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS, do Ministério da Saúde.
Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que chegou à MI do 8 de Janeiro informa que o general e a esposa — pais de Mauro Cid — movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões em transações atípicas em um período de 15 meses.
Entenda a operação
A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (11) quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligados ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro de governos estrangeiros. O general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, é um dos alvos da operação.
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a ge...
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Os investigados são suspeitos de vender joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente. De acordo com a PF, eles teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".
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Segundo a PF, as quantias obtidas com essas operações "ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados por meio de pessoas interpostas e sem usar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores". A Polícia Federal não informou o valor que os suspeitos teriam obtido com a venda das joias e presentes.