Braga Netto nega pressão a chefes militares para aderir a suposto plano golpista
Militar, que prestou depoimento por videoconferência, afirmou que caso fizesse algo ‘falaria pessoalmente’
Brasília|Victoria Lacerda, Gabriela Coelho e Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

O general Walter Braga Netto negou nesta terça-feira (10) ter tomado qualquer atitude para intimidar os chefes das Forças Armadas com o objetivo de pressioná-los a apoiar um suposto plano golpista. O militar pontuou, ainda, que caso fizesse algo relacionado, “falaria pessoalmente”.
“Jamais ordenei ou coordenei ataques contra qualquer chefe militar. Pelo relacionamento que eu tinha com eles, se tivesse algo a dizer, falaria pessoalmente. Não tinha contato para isso e não coordenei nenhuma ação desse tipo”, declarou o general, que foi candidato a vice-presidente na chapa com Bolsonaro nas eleições de 2022.
Além disso, durante o interrogatório, o general Braga Netto descreveu o ambiente no acampamento e negou ter tido papel ativo na desmobilização das pessoas que ali estavam. Segundo ele, o local era pacífico e estruturado, com presença até de igrejas, por exemplo.
“O presidente, as informações que eu recebia do acampamento, assim, eram as que eu lia com as pessoas que encontrava, com a cautela necessária. Às vezes, isso afetava o acampamento, o pessoal comentava que era um lugar pacífico, que tinha inclusive igrejas, tinha tudo. Não havia ninguém que continuaria ali”, afirmou o general.
Ele afirmou não ter compreendido o motivo da desmobilização. “Eu inclusive não entendi porque, quando começamos a ver os livros, tivemos que desmobilizar. Então começaram a convidar as pessoas para irem embora, para poder liberar o local.”
Braga Netto acrescentou que a saída do presidente Bolsonaro para os Estados Unidos e sua própria viagem foram momentos que marcaram o fim da sua participação: “O presidente foi embora para os Estados Unidos, eu viajei também, e não tinha mais nada comigo.”
Os interrogatórios dos réus do “núcleo 1″ começaram nessa segunda-feira (9), todos feitos presencialmente. Com exceção do militar, que está preso de forma preventiva desde dezembro de 2024.
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