Bolsonaro e Mauro Cid chegam à PF para prestar depoimentos simultâneos sobre caso das joias
No total, os agentes vão ouvir oito pessoas; entre elas estão a ex-primeira dama e assessores ligados ao ex-presidente
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou por volta das 10h50 à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, para depor no caso das joias e dos presentes de alto valor dados à Presidência da República. Já o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid chegou quase duas horas antes do início do depoimento. Oito pessoas são ouvidas simultaneamente pela PF nesta quinta-feira (31).
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Por volta das 11h, a assessoria da Polícia Federal confirmou que todos os sete depoentes já estavam na sede da corporação. O advogado Frederick Wassef está em São Paulo e vai ser ouvido por videoconferência.
Leia mais: Entenda como investigação sobre esquema de venda ilegal de joias mira Bolsonaro
No total, os agentes vão ouvir oito pessoas:
• Jair Bolsonaro, ex-presidente;
• Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama;
• Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência;
• Mauro Cesar Lourena Cid, general do Exército e pai de Mauro Cid;
• Frederick Wassef, advogado (videoconferência de São Paulo);
• Fabio Wajngarten, advogado;
• Osmar Crivelatti, tenente do Exército e ex-assessor de Bolsonaro;
• Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Bolsonaro.
Compra e venda
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a ge...
Joias avaliadas em R$ 16,5 milhões e escultura dourada de um cavalo de aproximadamente 30 centímetros estão entre os objetos apreendidos pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP), em outubro de 2021, com um assessor que trabalhou durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Em agosto, a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligada ao caso das joias recebidas pelo ex-presidente. O general Mauro César Lourena Cid, pai de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, é um dos alvos da operação.
Eles são suspeitos de vender joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente. De acordo com a PF, eles teriam utilizado "a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior".
A PF afirma ainda que as quantias obtidas com essas operações "ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores". A Polícia Federal não informou o valor que os suspeitos teriam obtido com a venda das joias e dos presentes.
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Movimentação milionária
O tenente-coronel Mauro Cid teve R$ 186 mil movimentados em suas contas bancárias desde que foi preso pela Polícia Federal, em 3 de maio. As informações foram obtidas pelo R7 e fazem parte de relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (MI) que investiga os atos extremistas do 8 de Janeiro.