Ao STF, general Arruda nega ação contra desmontar acampamento: ‘minha função é acalmar’
Nomeado para o comando do Exército por Bolsonaro, Júlio Cesar Arruda foi demitido por Lula dias após o 8/1
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O general Júlio Cesar de Arruda, que foi comandante do Exército Brasileiro no início da atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou, nesta quinta-feira (22), ter agido para atrapalhar o desmonte do acampamento formado em frente ao QG (Quartel-General) do Exército.
“Ali estava um clima de nervosismo. A minha função é acalmar. Então foi isso aí: que tem que ser feito de maneira coordenada. Vamos fazer isso aí de forma coordenada”, explicou.
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Antes de deixar a chefia da instituição, o general teria entrado em conflito com outros integrantes do governo Lula por se recusar a prender manifestantes que estavam acampados e participaram dos atos de violência na capital.
De acordo com as investigações, ele também teria ameaçado o coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na noite do 8 de Janeiro, quando foi dada a ordem de desmonte do acampamento. O local só foi esvaziado na madrugada do dia 9 de janeiro de 2023.
No depoimento desta quinta, Arruda confirmou que houve uma conversa com o coronel Vieira, mas negou ter ameaçado o policial, como consta em depoimentos anteriores:
“Foi feita de maneira coordenada, como eu disse, de acordo com o ministro da Justiça, o ministro da Casa Civil, o ministro da Defesa e comigo. Sentamos numa sala e acertamos como deveria ser feito”, completou.
Sem contato com Bolsonaro
Ao STF, Arruda disse que não teve contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro após seu retorno dos Estados Unidos. Também negou qualquer envolvimento com os atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Segundo o militar, ele não participou de apurações relacionadas aos eventos em Brasília após as eleições de 2022. “Eu não tive contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro quando ele voltou dos Estados Unidos. Não participei de apurações no Rio de Janeiro e também não tive informações diretas sobre a participação do ex-presidente nesses atos.”
Arruda foi ouvido nesta quinta-feira (22) pela Primeira Turma do STF, como testemunha de defesa do tenente-coronel Mauro Cid, no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas urnas. As oitivas seguem até o dia 2 de junho.
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