‘A decisão será técnica, seja para sim ou para não’, diz Marina Silva sobre Margem Equatorial
Ministra do Meio Ambiente destaca alta complexidade do processo que visa explorar petróleo na foz do rio Amazonas
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (19) que a eventual decisão do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) sobre exploração de petróleo pela Petrobras na Margem Equatorial será técnica. “Seja para o sim ou para o não”, disse, destacando a complexidade do processo.
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“A novidade é que no governo republicano as instituições são respeitadas. E o presidente Lula, desde que assumiu, fortaleceu o Ibama, o ICMBio, e nós estamos trabalhando. O Ministério do Meio Ambiente trabalha com inúmeros tipos de empreendimentos. Hoje nós temos cerca de quase 4 mil processos de licenciamento em tramitação. Na área de petróleo e gás, dos mais de 200 licenças que foram dadas, a metade disso é para a Petrobras”, contou Marina.
“No caso da Margem Equatorial, é um processo complexo, de altíssimo impacto ambiental. O presidente Lula, com muita sabedoria, no início do governo, mandou que esses projetos de alto impacto ambiental fossem encaminhados para estudos. Esses estudos estão sendo feitos e o Ibama está trabalhando no pedido de licença que foi feito pela Petrobras. E os técnicos estão apresentando o parecer”, completou.
Para a ministra, a decisão será técnica, seja para o sim ou para o não. A margem equatorial do Brasil, que se estende pelo litoral do Rio Grande do Norte ao Amapá, engloba as bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. É uma região geográfica considerada de grande potencial pelo setor de óleo e gás. Nos últimos anos, foram feitas grandes descobertas na Guiana e no Suriname, o que aumentou a expectativa sobre o que poderá ser encontrado na bacia marítima.
Em meio ao ime enfrentado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva sobre explorar petróleo na Margem Equatorial, a Petrobras aposta em obras da unidade de estabilização e despetrolização de fauna em Oiapoque, município localizado no Amapá e prospectado como a capital nacional do produto, para conseguir a licença do Ibama. A petroleira também deu início a treinamentos dos funcionários a fim de atuarem “de forma segura e ambientalmente responsável”.
Enquanto a licença não é concedida pelo Ibama, a Petrobras iniciou em novembro do ano ado a construção da Unidade de Estabilização e Despetrolização da Fauna em Oiapoque, que vai funcionar em sinergia com o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna em Belém. As obras têm previsão de término neste primeiro semestre, possivelmente em março, e fazem parte da tentativa de atender aos critérios estabelecidos pelo instituto.
Além disso, a estatal tem desenvolvido, na cidade de Oiapoque, ações de reconhecimento de campo, treinamentos com agentes e iniciativas de comunicação em todas as áreas, com o objetivo de desenvolver as “operações de forma segura e ambientalmente responsável, com respeito às pessoas e às comunidades locais”.
“Mantemos o entendimento de que será possível realizar a avaliação pré-operacional e em breve obter a licença para a perfuração em águas profundas no Amapá”, afirmou a Petrobras em nota enviada à reportagem. “A companhia está otimista e segue trabalhando, sempre aberta ao diálogo, para atender às exigências do Ibama no processo de licenciamento do bloco FZA-M-59″, completou.